Da Agência Tambor
25/05/21
Em entrevista ao Jornal Tambor nesta terça-feira (25), Adriana Carvalho, Secretária Executiva da Comissão Estadual de Articulação de Políticas Públicas aos Povos Índigenas (COEPI) da SEDIHPOP, informou que cem profissionais de saúde do Maranhão abriram mão de suas vacinas contra a Covid. Fizeram isso para que as doses fossem destinadas ao povo Tremembé.
Segundo Adriana Carvalho, o Plano Nacional de Imunização (PNI) não abrangia povos indígenas que ocupam terras não homologadas, caso dos Tremembé e dos Akroá-Gamela.
O Distrito Sanitário Especial Índigena (DSEI) teria conseguido 900 doses junto ao Ministério da Saúde para os Akroá-Gamela, mas os Tremembé só foram atendidos após profissionais de saúde ofertarem suas doses.
(Veja abaixo a entrevista completa no YouTube e também em podcast).
Na entrevista, Adriana também declarou que o governo do Maranhão enviou oficio ao Ministério da Saúde, solicitando doses para indígenas que vivem em áreas urbanas, índigenas migrantes da Venezuela e povos autodeclarados índigenas. O Ministério não respondeu o documento.
No dia 25 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo priorizasse a vacinação de indígenas que vivem em cidades e terras não homologadas.
Em denúncia ao vivo no Jornal Tambor, José Diniz, da comunidade quilombola do Cedro, informou que os quilombolas de Arari ainda não foram vacinados porque a prefeitura, sob gestão de Rui Filho (PTB), não reconhece a legitimidade das comunidades quilombolas.
No Maranhão, 88% da população quilombola já está vacinada, o que representa cerca de 98 mil pessoas. Os dados foram repassados por Adriana Carvalho, com fonte da Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial.
Também em participação no Jornal Tambor, Lucca Muypurá comunicou que a vacinação dos povos Anapuru Muypurá, Kariú-Kariri e Tupinambá ainda não havia começado. Adriana Carvalho alegou que a imunização não ocorreu por falta de doses.
Abaixo, a edição completa do Jornal Tambor com a entrevista com Adriana Carvalho.
Ouça a entrevista de Adriana Carvalho pela plataforma Spotify: