Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
30/03/2021
Foto: Governo de PE/Divulgação
Comunidades quilombolas iniciaram o processo de imunização, por meio da vacina contra Covid-19, nesta terça-feira, 30.
A vacinação foi resultado da articulação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) com outros parceiros, que acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF), cobrando um plano de imunização e a inclusão das comunidades como prioridade para a imunização.
Danilo Serejo, quilombola, com formação em direito e Dorinete Serejo, coordenadora do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE), quilombola, neta de Canelatiua e da comunidade Canelatiua, participaram do Radiojornal Tambor, nesta terça-feira e falaram sobre o tema.
Danilo destaca que o cenário sobre o impacto da pandemia nas comunidades quilombolas é de desinformação. Ele pontua que esses territórios não foram beneficiados pelo Poder Público, em especial o governo federal, com medidas sanitárias e preventivas contra a Covid-19. A população das localidades precisou adotar medidas de proteção contra o vírus elas mesmas.
“O coronavírus foi transformado em método de gestão pelo governo Bolsonaro”, evidenciou.
A coordenadora do MABE ressalta que a imunização das comunidades em Alcântara, no Maranhão, começou há alguns dias com poucos idosos sendo vacinados. Mas foi hoje (30), que a vacinação foi iniciada em todos os moradores, que também sofrem com a exposição dos militares que trabalham na base espacial no município.
Para Danilo Serejo, “os quilombolas do Brasil experimentam um processo de desamparo institucional”. Este tipo de negligência, segundo ele, também ocorreu em governos considerados progressistas.
As comunidades ainda sofrem para obterem a titulação e regularização de seus territórios. E a maioria das políticas públicas dependem desse reconhecimento que muitos deles não têm.
Ele também aponta que a pandemia vulnerabiliza ainda mais os quilombolas.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.