Na segunda-feira (30/09), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias dos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins (STEFEM) completou 37 anos de lutas e conquistas.
Na avaliação do diretor de Política Sindical e Comunicação do STEFEM, José de Ribamar Silva Fonseca, são anos de muito trabalho em defesa do trabalhador. “Foram inúmeras conquistas, mas os ataques aos nossos direitos também são constantes. Portanto, a batalha é diária”, reflete o sindicalista.
Ribamar Fonseca assinala que o capital está, a cada dia, mais egoísta. “As grandes empresas só pensam em lucrar e muito. São várias as investidas constantes para a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma.
Ele cita como exemplo a Vale, FTL e VLI, que, a cada ano, buscam lucros exorbitantes em detrimento da saúde física e financeira do trabalhador.
Fonseca diz ainda: “O Sindicato (STEFEM) desempenha um papel essencial nessa batalha pela garantia de direitos e por salários dignos. E agora, mais uma vez, vamos iniciar a luta para a celebração de um ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) que seja favorável ao trabalhador, contra propostas de empresas que só propõem arrocho salarial e perdas de garantias.”
Histórico
Fundado em 30 de setembro de 1987, a primeira gestão do STEFEM foi comandada pelo técnico em botânica Miguel Assis Marques, o Miguelzinho, ao lado dos companheiros Edgar, da antiga RFFSA, Luís Carlos, Gerson Pinheiro, Haroldão e da saudosa Luzimar Brandão, entre outros.
Nas oficinas, havia um movimento oposicionista denominado “Mudança de Via”, do qual participavam os trabalhadores Arnaldo, Higino e Mesquita. Esse grupo teve dois embates com o grupo “Linha Franca”, de Miguelzinho, mas não obteve êxito em nenhuma das oportunidades, embora apontasse para a necessidade de um movimento mais à esquerda e, portanto, mais alinhado ao novo sindicalismo.
Nesse contexto, surgiu a CUT, a primeira central sindical formada pelos anseios dos próprios trabalhadores, e que, desde então, tem estado na vanguarda das lutas dos trabalhadores brasileiros.
Em 1990, novamente o grupo “Linha Franca” venceu as eleições, e novas lideranças surgiram, como Eduardo Pinto e Hipólito. Em 1994, ainda pelo grupo “Linha Franca”, Hipólito foi alçado à condição de presidente, já sem a presença de Jorge Ameba, Haroldão e Gerson.
A gestão foi marcada pelas dificuldades impostas pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC), que aprofundou os cortes nas conquistas dos trabalhadores e iniciou a chamada “Privataria Tucana”.
O grupo “Via Livre” assumiu o comando do STEFEM em 20 de agosto de 1997. Vale lembrar que, em 6 de maio, a Vale havia sido entregue ao capital privado, e o restante do ano foi marcado por demissões em massa, que diminuíram o quadro de representados de 1.500 para pouco mais de 1.000 trabalhadores.
Em 2005, houve um novo marco para os trabalhadores da Vale, que enfim puderam cumprir o que determinava o edital de privatização: a possibilidade de eleição direta para o Conselho de Administração da Vale.
O STEFEM teve a honra de ocupar esse lugar pela primeira vez, com Eduardo Pinto sendo eleito em nível nacional, tendo José Horta, do Metabase Mariana, como seu suplente, o que já demonstrava a liderança do sindicato.
Entre tantas conquistas recentes, a diretoria do STEFEM destaca a questão da estruturação administrativa do sindicato, com uma sede moderna no Centro Histórico de São Luís e uma nova sede na parte mais nova e comercial da cidade, no Renascença.