Congresso reafirma o compromisso em defesa das empresas públicas de saneamento e dos direitos dos trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Maranhão (STIU-MA) concluiu seu 7º Congresso Estadual, um evento de três dias que reuniu a categoria para analisar o cenário nacional, debater os rumos dos setores de energia e saneamento, e definir as diretrizes estratégicas para os próximos anos.
Marcado por uma ampla participação democrática desde as etapas preparatórias, o congresso culminou com a aprovação de um novo Plano de Lutas e a reafirmação do compromisso em defesa das empresas públicas e dos direitos dos trabalhadores.
O evento, que celebrou os 40 anos de fundação do sindicato, consolidou um espaço de formação, memória e construção coletiva, projetando um novo ciclo de mobilização para a categoria urbanitária no estado .
Unidade e análise do cenário nacional marcam abertura
O primeiro dia do congresso começou com a solenidade de abertura, conduzida pelo presidente do STIU-MA, Rodolfo César, que destacou a importância do encontro para fortalecer a organização sindical diante das profundas transformações que atingem os setores essenciais.
A programação seguiu com uma Mesa de Conjuntura Nacional, que contou com análises do historiador e professor Valter Pomar e de Vânia Ferreira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O momento mais emblemático foi a Mesa dos 40 anos do STIU-MA, que reuniu sete ex-presidentes e a atual direção. A exibição de um vídeo comemorativo e a prévia de uma revista especial resgataram a trajetória de lutas e conquistas que moldaram o sindicato ao longo de quatro décadas.
Saneamento público no centro do debate
No segundo dia, o foco foi o setor de saneamento. A mesa “Empresas públicas de saneamento: desafios frente à conjuntura atual” teve como palestrante o engenheiro Abelardo Oliveira Filho, ex-secretário nacional de Saneamento, que apresentou um panorama crítico sobre o avanço das privatizações e os riscos do novo marco legal para a universalização do serviço .
A debatedora Suely Gonçalves, ex-presidente do STIU-MA e ex-conselheira da CAEMA, trouxe a análise regional, enfatizando os desafios específicos enfrentados pela companhia maranhense e a luta para manter a água e o esgoto como direitos sociais, e não mercadorias.
A parte da noite foi dedicada ao setor elétrico. A economista Clarice Ferraz, pesquisadora da UFRJ, aprofundou os impactos da financeirização e as ameaças à soberania energética nacional. A mesa, que também contou com as contribuições jurídicas e sociais de diretores do STIU-MA, debateu os efeitos da privatização de empresas como a Eletronorte e os problemas enfrentados com concessionárias como a Equatorial .
Construção do futuro: plano de lutas e reformas estatutárias
O último dia foi dedicado à estrutura interna e ao planejamento estratégico. Os delegados participaram do Balanço Político-Organizativo e da apresentação do Plano de Alteração Estatutária, visando modernizar o sindicato para os novos desafios .
O ponto alto foi a construção e aprovação coletiva do Plano de Lutas para o próximo período. Coordenado pela secretária da Mulher, Hildenê Martins, e pelo diretor Joacy Pereira Sobrinho, o plano foi elaborado a partir de contribuições diretas da base, reforçando eixos como a defesa intransigente das empresas públicas (CAEMA e Eletrobras), a luta por melhores condições de trabalho e a mobilização permanente contra a precarização .
O 7º Congresso reafirmou que, em um cenário de ataques aos serviços públicos, a força da organização coletiva e a unidade da categoria são os principais instrumentos para a construção de um futuro com direitos garantidos e serviços essenciais de qualidade para todo o povo maranhense.