Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
30/07/2021
Hoje (30), o Jornal Tambor recebeu a educadora popular e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Simone Silva, para uma conversa sobre a comemoração do aniversário de dois anos do Solar Cultural Maria Firmina dos Reis, localizado na Rua Rio Branco, Centro de São Luís.
VEJA ABAIXO A ENTREVISTA
A programação do aniversário do Solar começa hoje, às 17h, e conta com as presenças de Tambor das Onças, Moisés Nobre, Célia Sampaio, Beto Ehong, Dicy e Helyne, Nubia e Preto Nando.
Amanhã, das 8h às 16h, o Armazém do Campo promove uma feira com produtos da reforma agrária popular. Às 12h, haverá uma feijoada. A partir das17h, serão realizados os shows de Xaxados e Perdidos, Joãozinho Ribeiro, César Teixeira, Rosa Reis, Chico Nô e Wilzon Zara.
Além do bar e café literário, que recebe as apresentações artísticas, e do Armazém do Campo, o Solar conta com a livraria Expressão Popular.
Simone explica que a casa ‘’é fruto da aliança das organizações do campo e da cidade’’ e se caracteriza pela comercialização de produtos oriundos de assentamentos do MST e a organização de atividades culturais.
‘’Nós fazemos denúncia, fazemos protesto, mas também cantamos, dançamos, de forma bonita, como é o nosso povo do Maranhão e da classe trabalhadora’’ resume Simone.
O espaço leva o nome da primeira romancista brasileira, a maranhense Maria Firmina dos Reis. Maneira de ‘’homenagear a força do nosso povo e ter essa representatividade através do legado de uma mulher negra, escritora e super expressiva’’, destacou.
Ao comentar a importância política do local, a militante do MST afirmou que o Solar se propõe a ser um espaço de articulação e formação da esquerda, ‘’sobretudo na luta contra o discurso de ódio, a criminalização dos movimentos sociais e o genocídio em curso que vitima o povo brasileiro’’
O Solar é também um importante foco de debate sobre alimentação saudável, agroecologia em contraposição ao agronegócio e soberania alimentar, além de contribuir com a desmistificação da imagem do MST, por vezes associada a violência no campo.
No entanto, ‘’ao mesmo tempo em que nós temos avançado com uma parcela da sociedade, o governo Bolsonaro presta um grande desserviço porque não só criminaliza os movimentos sociais, mas retira direitos como os fóruns de segurança alimentar’’ lamentou Simone
A militante do MST reiterou que a reforma agrária proposta pelo movimento está baseada na defesa da vida e da natureza e no compromisso com modos de produção mais sustentáveis.
Ela afirmou que o Solar e outros instrumentos ‘’ampliam a nossa luta’’, mas as bandeiras do MST continuam as mesmas: “a terra deve ser de quem trabalha, todos devem ter direito a alimentação e o capital não pode estar acima da vida’’.
Assista abaixo, em nosso canal do YouTube, o Jornal Tambor, com a entrevista de Simone Silva.
https://youtube.com/channel/UCSU9LRdyoH4D3uH2cL8dBuQ
Ouça abaixo, pela plataforma Spotify, a entrevista de Simone Silva, militante do MST, ao Jornal Tambor.