A advogada Maria Noemia Teixeira, que representa os moradores da comunidade de São Miguel, conta que camponeses idoso, apresentam sinais de piora da saúde mental, após um conflito fundiário na região em que vivem.
O fazendeiro “ameaçou matar esse senhor, que está com sintomas de depressão e ansiedade. Ele é um senhor analfabeto, com idade avançada, a esposa apresenta esquizofrenia. É uma situação muito delicada”, declara.
O povoado São Miguel fica no município de São Bernardo. E a denúncia é contra o fazendeiro Fábio Bernardo Silva de Almeida, que vem sendo acusado de promover ataques e invasões. A vítima, o idoso, é Bernardo Lopes dos Santos.
Esse fazendeiro estaria colocando gado não autorizado na comunidade, que reúne cinco famílias. Os moradores também falam crimes ambientais.
Existe um processo na justiça, desde abril de 2022. A juíza da comarca de São Bernardo, Lyanne Pompeu de Sousa Brasil, já determinou que a posse da terra seja mantida com os moradores de São Miguel.
O fazendeiro, no entanto, ainda estaria assediando os membros da comunidade, que residem no território há 26 anos.
A comunidade se queixa de ameaças e fala da existência de capangas. O agricultor Fernando Silva dos Santos, morador de São Miguel, conta que o fazendeiro não está interessado em ter um acordo, mesmo após determinação judicial. “Temos todas as provas e queremos nossos direitos. Temos advogados, mas mesmo assim ele implica conosco. Manda gado para as nossas terras sem autorização”, explica.
A comunidade sobrevive do plantio e do extrativismo do coco-babaçu e de árvores nativas da região. Na edição de 14/9/22 do Jornal Tambor, Fernando Silva dos Santos também denunciou que o fazendeiro estava desmatando a região e ameaçando os moradores com facão.
“A gente ficou sem saber o que fazer. Ele derrubou mais de 100 palmeiras, uma crueldade”, disse Fernando. Nesse processo de violência, temos relatos que teriam sido derrubadas árvores nativas centenárias.