Artigo que aborda racismo e violência contra povos e comunidades tradicionais no Maranhão foi selecionado para participar do Segundo Encontro Continental de estudos afro-latino-americanos, em Harvard, nos EUA.
O assunto foi tema do Jornal Tambor dessa segunda-feira (30), que entrevistou o autor do artigo, o antropólogo, maranhense Igor de Sousa.
Ele é professor, atualmente trabalha como assessor da Cáritas Brasileira e é sócio e um dos fundadores da Sociedade Maranhense de Mídia Alternativa e Educação Popular Mutuca, a entidade mantenedora da Agência Tambor.
(Veja, ao final desse texto, a integra do Jornal Tambor, a entrevista com Igor de Sousa)
Autor do livro “Movimento Quilombola no Maranhão”, Igor de Sousa pesquisa violência contra povos e comunidades tradicionais no Maranhão, em especial quebradeiras de coco babaçu negras.
O artigo que será apresentado em Harvard é um resumo de sua defesa de tese de doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Igor lembrou que o recorte racial na qual sua pesquisa se baseia, utilizando memorias comunitárias e vivencias das quebradeiras de coco babaçu no Maranhão, “essas mulheres estão chamando a atenção para um duplo movimento, associando violência no campo, degradação ambiental e violência contra mulheres negras”, enfatizou.
Somando mais de 300 mil mulheres, entre elas quilombolas, indígenas e agricultoras familiares, trabalhadoras rurais que vivem, tiram seu sustento em função do extrativismo do babaçu, as quebradeiras começaram a se organizar na década de 90, pautando questões como terra, gênero e socioambientais.
O pesquisador destacou a importância da organização e politização do modo de vida das quebradeiras com ambiente e com as suas famílias, sindicatos de trabalhadores rurais e partidos políticos.
“O movimento de quebradeiras é o maior de mulheres rurais da América Latina. Elas conseguem trazer à tona, esse debate interseccional, pensando meio-ambiente, raça, gênero e classe”, completou.
O Encontro Continental de Estudos Afro-Latino-Americanos acontecerá este ano de 07 a 09 de dezembro, de forma presencial.
(Veja abaixo a edição completa do Jornal Tambor, a entrevista com Igor de Sousa) 👇👇🏽👇🏾