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São Luís: Sindicato atua em defesa da saúde de professoras e professores

Por que os professores adoecem? A pergunta, que ecoa nas salas de aula, nos corredores das escolas e nas conversas entre colegas, foi o ponto de partida para um importante debate promovido pelo Sindicato dos Profissionais do Ensino Público Municipal de São Luís (Sindeducação).

O ato político e o debate reuniram educadores, sindicalistas e pesquisadores para discutir as causas e consequências de um cenário cada vez mais preocupante: o adoecimento físico, emocional e psicológico dos docentes da rede municipal. Entre as principais razões apontadas estão as condições precárias de trabalho, a sobrecarga de atividades e a falta de valorização profissional — fatores que, somados, têm comprometido não apenas o bem-estar dos professores, mas também a qualidade do ensino oferecido aos estudantes.

Ao propor a reflexão, o Sindeducação buscou transformar dor em diálogo e resistência. Mais do que denunciar a realidade, o sindicato pretende fortalecer o coletivo de educadores e chamar a atenção do poder público para a urgência de políticas que garantam ambientes de trabalho mais humanos e saudáveis. Afinal, cuidar de quem ensina é também cuidar do futuro da educação.

O encontro aconteceu na quarta-feira (29), na sede da entidade, no bairro da Cohab, e integrou a programação do Mês do Professor.

Um dos momentos de destaque do encontro foi a palestra do professor e pesquisador João Zafalão, autor do livro “Do que adoecem os professores e as professoras”, que analisou as causas estruturais do sofrimento docente e defendeu políticas públicas que promovam o cuidado e a dignidade dos profissionais da educação.

O professor João Zalafão analisou as causas estruturais do sofrimento docente e defendeu políticas públicas que promovam o cuidado e a dignidade dos profissionais. (Imagem: Lívia Lima)

Durante o ato, a professora Ana Paula Martins, diretora do Sindeducação, reforçou que o debate é essencial para garantir a sobrevivência da carreira e enfrentar um processo de adoecimento coletivo vivido pelos educadores da rede pública.

“A importância desse debate tem a ver com a manutenção da nossa carreira. Nós estamos sofrendo um processo de adoecimento coletivo, e isso é resultado de uma política de Estado, porque é o próprio Estado que fornece as condições para que adoecemos — seja pelo assédio moral, pela sobrecarga de trabalho, pela pressão por metas ou pela falta de estrutura necessária para realizar nosso trabalho. Sem condições dignas, acabamos adoecendo moral, física e psicologicamente. Por isso, defender nossa saúde é também defender nossa profissão”, afirmou a professora.

Ana Paula Martins, diretora do Sindeducação, reforçou a importância do debate no processo de enfrentamento de adoecimento coletivo (Imagem: Livia Lima)

Ana Paula destacou ainda que o sindicato reivindica políticas concretas de cuidado e valorização, como a criação de um Hospital do Servidor, a implementação de setores de acolhimento psicológico na Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a formação de uma comissão interna de prevenção de acidentes e adoecimento (CIPA) e, sobretudo, melhores salários e condições de trabalho.

“Sem a melhoria das nossas condições de trabalho, não há saúde que resista nem política que funcione. É preciso que o poder público assuma a responsabilidade de cuidar de quem educa”, concluiu.

O Sindeducação reafirmou seu compromisso em continuar promovendo debates e ações que garantam vida, saúde e dignidade aos profissionais da educação, ressaltando que defender os professores é também defender a escola pública e o direito à educação de qualidade.

A Agência Tambor esteve presente em uma das mesas acompanhando os debates, contribuindo e apoiando as decisões. “Foram apresentados problemas vivenciados no dia a dia no ambiente escolar, que contribuem para esse adoecimento. Problemas como o fenômeno da “plataformização” na vida escolar de alunos e professores foram levantados. E surgiram soluções para o cenário da categoria , como a promoção de políticas de prevenção e combate a esse problema, melhores condições de trabalho para os profissionais da educação e um ambiente escolar mais humanizado”, avalia Livia Lima, radialista, comunicadora popular e integrante da Agência Tambor.

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