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Organizações sociais querem conter crimes contra trabalhadores rurais no Maranhão

Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
05/07/2021

Na sexta-feira (2), em Arari – Maranhão, o trabalhador rural Antônio Gonçalves Diniz foi assassinado por dois pistoleiros. Um dia depois (3), em Alto Alegre, o sindicalista Juscelino Galvão (foto) sofreu um atentado a tiros, mas escapou com vida.

Hoje (5), no Jornal Tambor, o advogado e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Aldenir Gomes da Silva, falou sobre o aumento da violência no campo no Maranhão.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA

Aldenir afirmou que a escalada da violência tem como raiz central a concentração fundiária no Maranhão. O militante do MST também citou o avanço do grande capital e do monocultivo.

A curto prazo, Aldenir acredita que a unidade de classe e a articulação política entre trabalhadores e movimentos sociais é crucial para frear a violência.

Outro caminho que ele considera importante é a atuação institucional. A Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (COECV) e os conselhos de direitos humanos foram mencionados pelo militante do MST como exemplos de mecanismos que podem auxiliar os trabalhadores rurais.

‘’Esses conflitos não podem ficar isolados. Precisam ser publicizados e devem encontrar um canal de denúncia para que os culpados sejam investigados e punidos’’ acrescentou.

No dia 5 de abril, movimentos sociais apresentaram ao governador Flávio Dino uma proposta popular de Lei de Terras em contraposição ao texto base formulado pelo Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA).

A proposta é idealizada pela Associação Tijupá, pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e várias outras organizações.

O objetivo das entidades, segundo Aldenir, é ‘’construir um projeto que corresponda a necessidade do Maranhão, um estado com uma concentração fundiária muito significativa’’. O militante advertiu que a Lei de Terras ‘’não pode ser feita no gabinete’’ e ‘’precisa ser elaborada junto com os trabalhadores’’

Na tentativa de conter a violência no campo, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (FETAEMA) apontou a necessidade de montar um gabinete de crise.

Aldenir reiterou que os casos recentes de assassinato, a falta de agilidade nas investigações e na punição dos culpados justificam a criação do gabinete. A FETAEMA, o MST e outras entidades discutem agora como viabilizá-lo.

Ao término da entrevista, Aldenir declarou que a cidade precisa compartilhar da luta dos camponeses. ‘’A luta pela terra é de toda sociedade’’ comentou. O militante do MST reforçou a importância de denunciar os conflitos agrários e, citando o poeta Pedro Tierra, avisou: ‘’se nós calarmos, as pedras gritarão’’.

Veja, abaixo, a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista de Aldenir, em nosso canal no YouTube.

https://youtu.be/nwQaFDvSeck

Ouça, abaixo, pela plataforma Spotify, a entrevista de Aldenir.

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