Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
21/02/2020
O Maranhão pode ser o pioneiro na proteção dos direitos dos membros de religiões de matriz africana e afro-brasileiras nos serviços públicos do estado. O governador Flávio Dino poderá assinar o decreto que homologa a minuta do protocolo sobre o tema.
Para falar sobre o assunto, a integrante do Fórum Estadual de Mulheres de Axé do Maranhão/RENAFRO, Iya Jô Brandão, participou do Radiojornal Tambor, desta quinta-feira (20).
Jô Brandão integra o GT que elaborou o documento, e explica que a articulação para a produção do protocolo aconteceu em 2018, no 4º Encontro Estadual de Mulheres de Axé do Maranhão. Membros do governo do estado e da sociedade civil se reuniram, a partir de então, com objetivo de desenvolvê-lo.
Segundo a entrevistada, o protocolo apresenta mecanismos de criação de procedimentos adequados para atendimento dos povos tradicionais de terreiro nos serviços públicos do Maranhão.
“Nós temos problemas de racismo religioso e institucional quando vamos às instituições de saúde; temos problemas no campo da educação e muitos no campo da segurança pública”, disse ela.
Com a aprovação do documento será garantido os direitos das pessoas de religiões de matriz africana de serem respeitadas nas instituições públicas que ainda possuem tão pouco conhecimento sobre o tema.
“Quando um jovem vai para escola de turbante porque está cumprindo suas obrigações é necessário que não haja normas proibitivas sobre o uso dele, pois o aluno está exercendo sua religião. E isso é preciso ser respeitado”, disse ela.
Escute a entrevista completa em nosso TamborCast:
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