Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
14/04/2021
Em continuidade a série de entrevistas sobre a ditadura militar, nesta quarta-feira (14), o Radiojornal Tambor recebeu a advogada, associada na Associação Brasileira de Juristas pela Democracia da Bahia (ABJD), Marília Lomanto e o advogado, associado na ABJD-MA, Arnaldo Sousa.
Falando sobre a ruptura da democracia que aconteceu durante o golpe no Brasil, os advogados destacaram que este processo é vigente até hoje, após a redemocratização.
Segundo Marília Lomanto, a apologia e a exaltação à ditadura feita pelo presidente Jair Bolsonaro, também faz parte de um projeto neoliberal existente pelo mundo, principalmente com iniciativa dos Estados Unidos “que tem o desejo voraz de ter a América Latina, em especial o Brasil”.
Ela destaca que o Brasil é um país em que o jurídico compactua com este projeto. “Bolsonaro é alguém a serviço de um projeto maior do que ele”, pontua. Para a advogada, a democracia do país já está quebrada.
O advogado Arnaldo Sousa destaca que nunca houve de fato uma ruptura com a ditadura militar e sim uma continuidade dela, pois, após a redemocratização, ações fundamentais para que o período não fosse esquecido não foram realizadas.
De acordo com ele, é necessário uma reforma das instituições que continuaram com o mesmo modelo, como a força armadas, reforma também na Legislação, garantia de não repetição da ditadura, garantia da verdade, punições dos agentes responsáveis e a democratização da comunicação.
Sem estas ações, o país continuará vivendo uma realidade em que a ditadura não é reparada, dando abertura para políticos como Bolsonaro, que tem um viés autoritário, tentarem instaurar novamente a repressão no Brasil.
“É um desenho que se repete com a elite querendo manter o controle às custas das vidas da população”, evidenciou.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.