Fonte: Blog do Ed Wilson
Uma equipe do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da Marinha do Brasil, acompanhada de voluntários, recolheu aproximadamente 700 Kg de resíduos derivados de petróleo cru nas proximidades da Travosa, vila de pescadores localizada em Santo Amaro, na área do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM).
Um vídeo produzido por um dos voluntários que acompanhou a vistoria do ICMBio revela os resíduos cobertos pela areia ao longo da costa, nas proximidades da praia da Travosa.
O mutirão de limpeza acondicionou os resíduos em 14 sacos de 60 kg. Participaram da coleta integrantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Santo Amaro e membros da organização Defensores da Casa Comum, grupo vinculado à Igreja Católica que trabalha com ações sociais.
Segundo o relatório de vistoria do ICMBio, datado de 19 de outubro, “as manchas estão espalhadas por uma faixa de 500 metros. O relatório é documentado com fotos, imagens de satélite e registra a presença dos resíduos nas coordenadas 2°21’31.68″S / 43°14’38.22″O.
Essa área fica distante das principais rotas do turismo; portanto, não há necessidade para alarme ou inibição dos visitantes.
Embora não seja motivo de espanto para os turistas, os resíduos terão consequências para o trabalho dos pescadores e extrativistas que sobrevivem dos frutos do mar e de toda a biodiversidade da região.
Na Barra da Baleia os resíduos estão semienterrados devido à forte movimentação da areia, impulsionada pelo vento, característica presente nessa região. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é reconhecido pelo regime de ventos fortes que transportam areia para a formação de dunas.
Caixas misteriosas
Além dos resíduos de petróleo, a equipe do mutirão de limpeza constatou ao longo da costa uma grande quantidade de caixas emborrachadas, algumas totalmente expostas e outras semienterradas na areia.
Segundo o ambientalista Dodó Carneiro, integrante da Casa Comum, as caixas podem ser vistas espalhadas ao longo de 70 Km na costa do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Os objetos já foram visualizados em várias regiões litorâneas do Maranhão, inclusive na praia de Saçoitá, no município de Cedral, onde encalhou o navio Baraka (veja aqui)
O mistério das caixas começou a ser desvendado pelos pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar). Eles revelaram que os fardos de borracha estavam alojados em um navio alemão denominado “SS Rio Grande”, afundado em 1944, durante a II Guerra Mundial.