Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
30/07/2021
O Jornal Tambor conversou ontem (29/09) com Katia Barros e Maria Máxima Pires sobre a feira dos produtos dos manguezais amazônicos, que será realizada no amanhã (31/07) entre às 8:30h e às 17h, na porta da Casa do Maranhão, na Praia Grande, em São Luís. O evento é promovido pela Rede de Mulheres das Marés e das Águas dos Manguezais Amazônicos do Maranhão e Piauí.
VEJA ABAIXO A ENTREVISTA
A lista de itens da feira inclui peixe, camarão, remédios caseiros, artesanato e uma série de outros produtos oriundos das reservas extrativistas de Cururupu, Baía do Tubarão, Delta do Parnaíba etc.
Katia Barros declarou que é uma ‘’satisfação reunir, nesses tempos de pandemia, mulheres de regiões tão diferentes e tão diversas’’.
Além da comercialização de produtos, a feira contará com atrações culturais. A atriz e cantora Lucia Gato, do Julho das Pretas, e as Caixeiras do Divino Espirito Santo da Família Menezes estarão presentes.
Katia explica que a Rede de Mulheres das Marés e das Águas dos Manguezais Amazônicos compõe a Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREN).
A feira surge dessa iniciativa com o objetivo de ‘’fazer uma junção de experiencias e dar visibilidade a essas mulheres que vivem dentro dos seus territórios pescando, fazendo artesanato, praticando a agricultura familiar’’, de acordo com Maria Máxima.
A Rede de Mulheres também tem o intuito de estimular a discussão sobre o Plano Diretor, que está sendo avaliado na Câmara dos Vereadores.
Katia Barros acredita que o campo progressista precisa se envolver mais com esse debate. Maria recordou que em todas as audiências públicas as comunidades deixaram claro que não querem a redução da área rural de São Luís.
‘’O mangue e a terra são o nosso CNJP e a nossa empresa, é o que nos sustenta’’ comparou Maria. ‘’A zona rural ainda é o pulmão da cidade e é o que pode garantir um futuro melhor para os nossos filhos e netos’’ enfatizou.
A conjuntura nacional também preocupa. Maria apontou que no atual governo ‘’não existe política pensada para o lavrador, para a permanência das comunidades nos seus territórios, para a criação de reservas extrativistas’’
E acrescentou que, enquanto a população tentava seguir o isolamento, ‘’o governo federal e os grandes empresários não pararam um só dia de armar contra o povo brasileiro’’
No entanto, Katia Barros demonstra confiança. Ela disse que ‘’eles podem ter combinado de nos matar, mas nós combinamos de não morrer’’ E afirmou que a feira demonstra não só a vontade de não morrer, mas de viver.
‘’Viver de forma sustentável, viver mostrando os valores que tem os territórios tradicionais e a iniciativa das mulheres’’ finalizou.
Veja abaixo, em nosso canal do YouTube, a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista de Kátia Barros e Maria Máxima.
https://youtube.com/channel/UCSU9LRdyoH4D3uH2cL8dBuQ
Ouça abaixo, pela plataforma Spotify, a entrevista que Kátia Barros e Maria Máxima concederam ao Jornal Tambor.