Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
09/10/2020
Ilustração: Nadia Bormotova/Getty Images
As diversas formas de racismos que pessoas negras sofrem, geram impactos na saúde mental desta população. Há poucas pesquisas nacionais sobre o tema, mas, estudos internacionais produzidos, indicam relações políticas, econômicas, jurídicas e familiares como principais fatores que afetam as pessoas não-brancas.
Jaime Almeida, psicólogo, pesquisador na área de questões raciais, de gênero, filosofias contemporâneas, africanas, psicologia do racismo, em entrevista ao Radiojornal Tambor, nesta quarta-feira (7), falou sobre o tema e de como é importante abordar sobre este assunto, do ponto de vista do negro.
Ele destacou que números de pessoas negras, que são maioria nos hospitais psiquiátricos, e também são quem mais utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS), demonstram como a sociedade brasileira necessita dar atenção a este problema social e racial.
“Isso reflete a realidade, no Brasil, que essas categorias são difíceis de dissociar: classe e raça”, evidenciou.
De acordo com o psicólogo, alguns destes estudos publicados apontam que os profissionais da psicologia não estão preparados com demandas sobre racismo no SUS. Há um déficit em suas formações que não os prepara para estes tipos de violências.
Além disso, Jaime Almeida pontuou como a falta de profisisonais negros na área também afetam o tratamento das questões raciais, e o tratamento da saúde mental da população negra.
“A psicologia ainda é uma ciência muito branca. É uma ciência criada por brancos e para brancos”, ressaltou ele.
Para ouvir a entrevista completa confira nosso TamborCast.