
Moradores de Tutóia (MA) apontam que áreas do município estão sendo invadidas pela especulação imobiliária. O lugar afetado inclui o bairro de São José, uma comunidade de pescadores do município.
Segundo os domiciliados da região, há um processo de privatização das praias, córregos, dunas e outras áreas de preservação ambiental.
A região está inserida na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, uma unidade de conservação federal.
Sobre os empreendimentos, a denúncia vem sendo feita há mais de cinco anos e o Ministério Público Federal já se manifestou sobre o caso.
A comunidade segue em busca de uma solução. O problema provoca devastação ambiental, comprometendo o modo de vida e a sobrevivência dos moradores de São José.
O Jornal Tambor de quarta-feira (26/03) entrevistou Paulo José, presidente da Associação dos Moradores e Pescadores do Bairro de São José, e Maria Oneide, secretária-geral da mesma organização.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a entrevista na íntegra de Paulo e Maria)
Paulo disse que a associação e as famílias impactadas pela especulação imobiliária no município estão lutando por seus direitos e pedindo que as autoridades competentes resolvam o problema.
“Vamos lutar para que essas áreas continuem públicas. O intuito da associação é trabalhar para que o bairro São José cresça de forma social, cultural e ambiental, respeitando os interesses das comunidades; que os órgãos públicos ajam de forma ágil e seja mais rigorosa na proteção dessas áreas”, destacou.
O presidente da Associação falou, também, que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) estiveram presentes no local para fiscalizar e mapear área.
No entanto, na visão de Paulo, os órgãos ambientais não atuam de forma efetiva.“Não tivemos resultado nenhum, o que a gente espera é uma ação mais rígida para coibir esses avanços imobiliários aqui na região”, afirmou ele.
Paulo lembrou da riqueza ambiental que o local possui, da presença de sítios arqueológicos e sua importância para o comércio.
Para Maria, essa situação é lamentável, porque coloca em risco a renda de famílias e a destruição da natureza
“A região tem muitos pecadores. Hoje com essa onde kitesurf ficou muito mais difícil de pescar porque acaba espantando os peixes. Nós queremos preservar e proteger a natureza”, frisa a moradora.
O outro lado
A Agência Tambor entrou em contato com a SEMA e o ICMBIO , para saber o que os órgão ambientais têm a dizer sobre essa denúncia do município de Tutóia.
Assim que obtivemos uma resposta essa matéria será atualizada imediatamente.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Paulo e Maria)