Aproximadamente 3,5 mil mulheres maranhenses embarcam no domingo (13), em 80 ônibus, rumo à Brasília. Elas vão participar da 7ª edição da Marcha das Margaridas, que acontece nos dias 15 e 16 de agosto. O lema do evento é “Margaridas em Marcha pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver!”
A Marcha terá o formato de teia ou rede para aproximar práticas, exercitando a escuta, colheita e partilha de conhecimentos e experiências das mulheres.
Durante o evento, serão realizadas oficinas temáticas e lúdicas, painéis temáticos. Terá a Casa Margarida Maria Alves, com espetáculo e projeções audiovisuais. Haverá a Mostra Nacional da Produção das Margaridas; a Plenária da Juventude, a Plenária dos Povos e Plenária das Mulheres da Agroecologia.
Ainda faz parte da programação o Tribunal de Mulheres. Será o Tribunal ético das mulheres do campo, da floresta e das águas em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania alimentar, hídrica e energética; além do Seminário Nacional: Cadernetas agroecológicas e as margaridas pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver. Um ponto alto é a caminhada Marcha das Margaridas.
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Reivindicações:
Construída de forma coletiva, o documento com os pleitos das margaridas está estruturado em eixos políticos que apontam para a reconstrução de um Brasil sem fome e sem violência.
Os principais eixos:
1 – Democracia participativa e soberania popular
2 – Poder e participação política das mulheres
3 – Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo
4 – Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade
5 – Proteção da natureza com justiça ambiental e climática
6 – Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos dos territórios costeiros, influenciados pela maré
7 – Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns
8 – Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional
9 – Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda
10 – Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária
11 – Educação pública não sexista e antirracista
12 – Direito à educação do e no campo
Homenagem
A Marcha das Margaridas é inspirada na vida e luta de Margarida Maria Alves, sindicalista paraibana da cidade de Alagoa Grande, assassinada em 12 de agosto de 1983, por um matador de aluguel a mando de fazendeiros da região.
Margarida foi a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade nos anos 1970. Ao longo de 12 anos à frente da organização, moveu mais de 600 ações trabalhistas em defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e contra latifundiários da região.