Via: Giovana Kury/Agência Tambor
A drag queen maranhense Enme Paixão foi a única nordestina na seleção para participar do Festival Sons da Rua, em São Paulo. Foram 10 artistas selecionados em todo o país, e a votação para apontar os três finalistas se encerrou nesta quarta-feira (16) às 11h. Os vencedores, que se apresentarão ao lado de artistas como Karol Conka, Djonga e Criolo, serão divulgados nesta quinta (17).
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Na expectativa, Enme foi entrevistada nesta quarta pela TamborCast e Rádio Tambor. Crescida no bairro da Liberdade – atualmente, em luta pelo reconhecimento como o primeiro quilombo urbano do Maranhão -, hoje a drag se orgulha em assumir sua identidade completa: negro, homossexual e nordestino. Por isso, incorpora em suas produções a cultura local, como em sua música ‘Juçara’, e suas experiências pessoais.
“Minha avó pedia pra apanhar a juçara e me chamava para ficar catando os caroços com ela. No final de tudo, a gente sentava no chão ficava esperando ela fazer o Pandu – que é o nome do meu álbum – para comer. Minha mãe foi alimentada de Pandu por muito tempo, em uma época que a família dela não tinha muita renda”, conta. “Tudo isso me fez crescer vendo uma cultura africana, de periferia, e me aflorou um ser artístico que demorou para eu colocar para fora”.
Sobre o cenário local, Enme defende que as produções artísticas maranhenses são autosuficientes. “Todo mundo que produz coisa aqui é muito talentoso. Eu olho pra fora e vejo que aquilo tá sendo feito aqui, do mesmo jeito (…). Eu respeito muito as produções nacionais até porque a gente precisa chegar no mercado nacional. Mas acho que a gente pode implementar a valorização cultural artística daqui e expandir ainda mais a cena”.
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