A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil) reuniu, durante três dias, comunicadores de todo país, em uma Plenária Nacional das Rádios Comunitárias. O evento, realizado entre os dias 21,22 e 23 de março, ocorreu no auditório do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, em Brasília.
O jornalista e professor Ed Wilson Araújo, que é da Abraço Maranhão e da Agência Tambor, explicou que “a Plenária discutiu o futuro dessas emissoras, especialmente, sob a perspectiva da nova gestão federal”. A Abraço Maranhão foi representada pelos dirigentes José Maria Coelho, Isac Pereira e Jô de Souza.
Entre as pautas debatidas, esteve o Decreto 2.615/1998, que normatizou a atuação das rádios comunitárias. De acordo com o presidente da Abraço Brasil, Geremias dos Santos, essa legislação se sobrepõe, inclusive, à lei 9.612/1998. “Este texto nos prejudica muito. Praticamente, nos impede de fazer rádio comunitária. Enquanto ele estiver vigente, seguiremos sendo penalizados”, ponderou Geremias.
Ed Wilson e Geremias consideram que esse é o momento certo para um amplo debate e busca de “avanços”, por isso o encontro foi realizado com uma diversificada programação, que começou com uma discussão conjuntural, sobre o movimento de radiodifusão comunitária no Brasil.
Foram também cumpridas agendas no Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e Senado Federal, bem como agenda com vários ministros.
Outro assunto em de debate foi o acesso à verba pública de mídia. “Nós nos agregamos por conta própria em inúmeras campanhas, como a de vacinação, por exemplo. Não é justo que todos esses recursos sejam escoados somente para a grande mídia”, salientou Geremias.
Outro momento essencial da plenária foi a mesa de diálogo “Qual comunicação queremos do governo Lula?”, que contou com a participação de Admirson Ferro, da CUT Brasil; Samira de Castro, da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ); Paulo Miranda, da TV Comunitária de Brasília; Ramênia Vieira, da Intervozes; Paulo Salvador da TVT e RBA; Renata Malfezol, do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal; e Ed Wilson Araújo, presidente da Abraço Maranhão.
Constou também na programação a apresentação e debate das reivindicações das rádios comunitárias ao Executivo e ao Parlamento brasileiro, além da criação da Frente Parlamentar em Defesa das Rádios Comunitárias.