No estado do Maranhão, 80% das mortes causadas por policiais são de pessoas negras, segundo dados da quinta edição do boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão”, estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança sobre a letalidade policial em relação a pessoas negras no Brasil.
Os números são referentes ao ano de 2023. A análise foi realizada via Lei de Acesso à Informação (LAI).
A pesquisa mostrou que 4.025 pessoas foram mortas por policiais no Brasil em 2023. Em 3.169 desses casos, foram disponibilizados dados de raça e cor: 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.
Esta foi a primeira vez que o Maranhão forneceu informações raciais desde que passou a integrar a Rede de Observatórios da Segurança, em 2021.
O Jornal Tambor de quarta-feira, 14 de novembro, entrevistou Luiz Eduardo Lopes Silva, professor da UFMA, coordenador da Rede de Estudos Periféricos e membro da Rede de Observatórios da Segurança.
(Veja, ao final deste texto, a íntegra da entrevista de Luiz)
De acordo com o professor, a maioria das vítimas são jovens negros das periferias e favelas, principalmente na faixa etária de 18 a 29 anos.
Luiz explicou que, embora o Maranhão tenha fornecido pela primeira vez os dados de raça e cor sobre letalidade policial, as informações ainda são incompletas.
“Cinco a cada sete vítimas não tiveram o perfil racial reconhecido, ou seja, a informação estava presente em apenas 32,3% dos casos”, afirmou o membro da Rede de Observatórios da Segurança.
O professor destacou a importância de que os governos sejam transparentes e incluam esses dados de maneira integral para uma análise qualificada dos casos, visando a construção de políticas que promovam uma sociedade mais segura para todos.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Luiz)