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Igor de Sousa afirma: “O povo do Maranhão é odiado pela elite local”

Oligarquia maranhense tem práticas escravocratas

Fatos ocorridos no ano de 2024 evidenciam que os valores das velhas oligarquias do Maranhão continuam presentes na vida política do estado.

São Luís, a capital do Maranhão, tem sido adoecida e massacrada pelo carvão mineral, diante da cumplicidade do poder público local. O agronegócio está invadindo, grilando, devastando e matando. E a cultura popular segue como adereço publicitário, sem um investimento necessário, justo e adequado, sendo definida pelo poder público como “atração local”.

O Jornal tambor de segunda-feira (01/07) tratou do assunto. Entrevistamos o antropólogo maranhense Igor de Sousa, recentemente aprovado como professor efetivo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Igor, que faz parte da associação que realiza a Agência Tambor, esteve em 2022 falando sobre racismo na universidade de Harvard nos Estados Unidos e, em breve, falará sobre o mesmo tema na China. Suas pesquisas estão todas relacionadas ao Maranhão.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Igor de Sousa)

Igor começou sua fala na entrevista dizendo que “o Maranhão é tratado dentro do Brasil como uma colônia interna, uma colônia de exploração”.

O professor também enfatizou que o estado conta com uma elite local “profundamente atrasada, racista, subserviente a interesses econômicos externos” e que “odeia o seu povo”.

Por outro lado, o antropólogo disse “que os maranhenses precisam ter orgulho de sua identidade”.

Ele considera que uma das saídas para fortalecer a luta no Maranhão é o investimento em políticas públicas que levem em consideração a desigualdade racial.

Antropólogo maranhense Igor de Sousa

Igor ressaltou que as velhas práticas oligárquicas do Maranhão e a violência crescente estão associadas ao racismo estrutural.

O professor também destacou que a educação é importante e fundamental, mas que, sozinha, não resolve o problema: “Tem outras discussões que merecem estar acompanhadas, como, por exemplo, a regularização fundiária no Maranhão”.

Em relação ao avanço do agronegócio, à poluição do ar de São Luís e ao preconceito com a cultura local no estado, Igor evidenciou que a saída é quebrar parâmetros racistas que estão implícitos nas nossas formações sociais, baseadas na exploração e na violência oriundas da escravidão.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Igor de Sousa)

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