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Filme maranhense retrata a resistência do povo Guajajara

Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
25/01/2020

O documentário independente, Wazayzar- Guardiões da Vida, retrata a resistência do povo Guajajara e guardiões da floresta, na terra indígena de Arariboia, no Maranhão. Para falar sobre a obra cinematográfica, o diretor e produtor, Taciano Brito, conversou com a jornalista Flávia Regina, no Radiojornal Tambor desta sexta-feira (24).

“O filme fala da resistência do povo (Guajajara) em manter a cultura viva, mostrando a ligação que eles têm com a floresta, que está diretamente relacionada com a sua subsistência e cultura. Se não tem floresta não tem cultura”, destacou o diretor. 

Taciano Brito explicou a dificuldade de produzir o documentário com poucos recursos financeiros. Segundo ele, a produção obteve ajuda de pequenas empresas dispostas a dar visibilidade à causa indígena. E ressaltou que o governo estadual não deu a devida atenção para a produção com a Lei de Incentivo à Cultura.

Durante a produção do documentário, Paulo Paulino Guajajara, um dos guardiões da floresta, que auxiliou na construção da obra, foi assassinado brutalmente por invasores dentro do território em que caçava. Taciano Brito comentou, à jornalista Flávia Regina, que o crime obteve repercussão a nível nacional, sendo também comentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, porque a equipe do filme estava presente e pôde denunciar. “Já existiram muitas mortes de muito tempo para cá e nunca foi feito nada.”, salientou. 

Ele também ressaltou os riscos de gravar um filme em meio à ameaças, aos indígenas, por parte dos invasores. O diretor ponderou que esses conflitos estão muitas vezes relacionados com o Poder Público Municipal e empresários da região. “Os nossos governantes, no geral, não veem o indígena como ser humano, mas agora está explícito. As pessoas estão dizendo o que elas acham”, comentou destacando como o governo de Jair Bolsonaro tem dado munição aos madeireiros, caçadores, grileiros para assassinarem os povos indígenas do país. “Para algumas pessoas é mais doloroso a morte de um cachorro do que de um indígena”, disse.

Com o documentário, Taciano Brito buscou retratar a conjuntura atual nessas terras, levando a proximidade cultural dos indígenas ao resto do país. Ele explicou que muitas pessoas desconhecem a história dos povos originários do Brasil. “Nós vemos o documentário como uma possibilidade real de trazer essa discussão”, diz o diretor.

Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast:

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