O educador popular e trabalhador rural Luiz Vila Nova fez um novo lançamento, em São Luís, do seu livro de memórias. A atividade ocorreu no dia 13 de dezembro, no Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhã (UFMA).
Intitulado “Luiz Vila Nova – memórias da vida e da luta de um militante” e editado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) o livro fala de um histórico de conflitos fundiários e luta de trabalhadores rurais pela terra.
O evento político e cultural teve como objetivo promover o debate sobre a realidade da luta pela terra no estado e homenageou duas grandes lideranças camponesas históricas do Estado e do país: Manoel da Conceição e Luiz Vila Nova.
Para falar sobre seu livro e a onda crescente de violência no campo, o Jornal Tambor de terça-feira (12/11) entrevistou Vila Nova.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Luiz Vila Nova)
O Maranhão vem sendo marcado, nos últimos anos, por uma nova onda de violência no campo. De 2020 a 2023 foram registrados 15 assassinatos de trabalhadores rurais, além de tentativas de homicídio no estado, segundo a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (FETAEMA).
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O caso mais recente aconteceu no dia 10 de dezembro, na cidade de Arari, no Maranhão. O camponês Joel Roque Martins Dutra, de 51 anos, foi covardemente baleado nas costas, na cozinha da sua residência, após o jantar.
O estado de saúde de Joel é grave. Este é o sétimo atentado em apenas três anos, sendo cinco assassinatos e três tentativas de homicídios, apenas em Arari.
Para Vila Nova, o Estado (a instituição pública) é conivente com a violência contra trabalhadores rurais e comunidades tradicionais no Maranhão. Segundo o ex-deputado “é necessário que as comunidades denunciem a negligência na resolução de muitos casos como o de Arari”.
Ele falou sobre a importância de construir uma base de luta contra essa violência, a partir dos movimentos populares. Também disse que “um dos caminhos para combater a violência no campo, passa pela reforma agrária, demarcação de terras indígenas e fortalecimento da agricultura familiar como forma econômica”.
Sobre o livro
O livro intitulado “Luiz Vila Nova: memórias da vida e da luta de um militante”, editado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, do Rio de Janeiro, e organizada pela jornalista e historiadora Claudia Santiago, a partir de um depoimento escrito por Vila Nova.
Essa obra biográfica conta a história de Luiz Vila Nova, educador popular e lavrador. Começou sua militância na JAC – Juventude Agrária Católica. Em 1964 ingressou da ACR – Ação Católica Rural. A motivação para seu envolvimento com a luta pela Reforma Agrária no Vale do Pindaré vem da origem humilde da família do militante, também trabalhadores do campo. Por causa desse engajamento, foi perseguido, ameaçado de prisão e de morte e sofreu atentados.
Sempre esteve ligado à Comissão Pastoral da Terra, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Cáritas, CUT e Comunidades Eclesiais de Base. Luiz Vila Nova conhece, como poucos, talvez seja quem mais conhece, a luta contra as cercas e pela reforma agrária no Maranhão. Terra coletiva é o seu sonho.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Luiz Vila Nova)