Professores enfrentam muitos problemas diários, e a intensificação do trabalho docente, cada vez mais exaustivo, afeta negativamente suas vidas, ocasionando adoecimento físico e mental.
Para entender melhor a realidade da categoria, o ANDES/SN lançou no último dia 16 de setembro a segunda etapa da Enquete Nacional sobre Condições de Trabalho e Saúde Docente.
“Iniciamos esta semana a coleta das informações. Queremos alcançar todas as seções sindicais espalhadas por todo o país. A meta é delinearmos um perfil amplo e consistente da nossa categoria”, enfatizou a professora da Universidade de Brasília (UNB) e 3ª vice-presidente do ANDES/SN, Lúcia Lopes.
Para tanto, conclamou a sindicalista: “É necessária a ampla participação de todos os professores, ativos e aposentados, para subsidiarmos o sindicato com informações essenciais para a luta. Assim, teremos um perfil mais completo das condições de saúde e trabalho docente.”
Na enquete, o sindicato busca delinear um perfil dos(as) docentes, levando em consideração critérios como autoidentificação de cor e raça, idade, identidade de gênero, tempo de docência, entre outros itens.
A enquete busca ainda identificar as condições de trabalho a partir das demandas, exigências e cotidiano profissional; tempo de trabalho; condições estruturais e salariais; e relações de trabalho e organização sindical.
Diferente da primeira etapa, realizada no ano passado, quando a entidade coletou dados relacionados aos desafios enfrentados pelos docentes das instituições públicas.
Para o professor Antônio Gonçalves, vice-presidente da APRUMA – Seção Sindical do ANDES-SN, “a realização da enquete vai auxiliar no planejamento e desenvolvimento de políticas de enfrentamento às condições de trabalho inadequadas e ao adoecimento docente, por exemplo.”
O professor ainda destacou que, ao realizar um mapeamento de tais condições, o Sindicato Nacional e suas seções sindicais poderão aprimorar a luta por melhores condições de trabalho docente.
A enquete foi desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) como um instrumento para fomentar a luta pela saúde do profissional da educação.
O questionário tem duração de 20 minutos e está dividido em duas frentes: a primeira é direcionada a docentes não aposentados e aposentados que ainda realizam atividades, e a segunda diz respeito aos docentes aposentados que não realizam atividades.
As informações pessoais coletadas na enquete terão caráter confidencial, sem a identificação das(os) participantes, em conformidade com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei 13.709/2018.
Inspirada na Enquete Operária de Karl Marx, a pesquisa foi desenvolvida pelo Sindicato Nacional por meio do Grupo de Trabalho Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA).
A finalidade não é apenas investigar a realidade das condições de trabalho, mas também politizar as trabalhadoras e os trabalhadores e fortalecer suas organizações de luta como um instrumento de ação política.