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Enquanto ameaçam a CAEMA, mundo promove reestatização de sistemas de água e esgoto

Ponte que permiti a passagem dos dutos do Sistema Italuís do continente para a Ilha de São Luís, no Estreito dos Mosquitos. | Foto: Divulgação

Entre os anos de 2000 e 2023, foram registrados 344 casos de reestatização de sistemas de água e esgoto pelo mundo afora. Hoje, cerca de 90% dos sistemas de água do planeta são de gestão pública.

O levantamento foi feito pelo banco de dados Public Futures (futuros públicos), coordenado pelo Instituto Transnacional (TNI), na Holanda, e pela Universidade de Glasgow, na Escócia.

As informações sobre esse levantamento foram publicadas há pouco mais de seis meses, no dia 6 de dezembro de 2023, no site da BBC News Brasil.

Existe uma tendência mundial de manter os sistemas de água e esgoto nas mãos do poder público, pois a água é hoje apontada como o ouro do século XXI.

O consumo mundial de água subiu cerca de seis vezes nas últimas cinco décadas. A exploração excessiva reduz os estoques disponíveis, por isso são necessárias medidas que garantam sua preservação.

No Brasil, por conta do avanço da extrema-direita, houve um caminho contrário à tendência mundial. Em algumas regiões do país, a água está sendo tratada como mercadoria, não como um direito.

Apetite e ameaça no Maranhão

O diretor de Relações Institucionais da Equatorial Maranhão, José Jorge, disse em um veículo de comunicação do grupo Sarney, no dia 11 de julho, que a CAEMA (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão) deve ir a leilão e que a Equatorial terá “o maior apetite” na compra da estatal.

José Jorge

O engenheiro José Jorge, que hoje é diretor de uma empresa privada, já foi deputado estadual e é ligado ao grupo de Fernando Sarney, dono do Sistema Mirante e antigo mandachuva da CEMAR, empresa pública que foi privatizada e no passado produzia e distribuía energia elétrica no Maranhão.

José Jorge comentou na mesma entrevista que o Governo de Carlos Brandão contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer um estudo de modelagem que serviria para justificar a privatização da CAEMA.

Diante dos desafios que o mundo enfrenta em relação à água, a ameaça de privatização de uma empresa com a importância da CAEMA colocaria o Maranhão num enorme escândalo.

O Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU/MA) já denunciou a ameaça, em jornal publicado no dia 12 de julho.

(veja abaixo o PDF do jornal com a posição do Sindicato).

O STIU cobrou uma posição do governador Carlos Brandão, informando que “privatizar a água é uma cilada” e que, evidentemente, a conta de água vai aumentar e o serviço não vai melhorar.

Caso o absurdo avance, outras organizações e movimentos certamente formarão uma Frente em Defesa da Água no Maranhão, uma ação em defesa da vida.

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Ataliba Santos Filho

É UM ABSURDO A PRIVATIZAÇÃO DA CAEMA, E QUEM VAI PAGAR O PATO É OS COMSUMIDORES, COMO SEMPRE.


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