* Por Ed Wilson Araújo
18/04/2020
Vários profissionais de Enfermagem recém-graduados em instituições de ensino superior estão encontrando dificuldades para obter o registro profissional devido à falta de agilidade do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no Maranhão para expedir a documentação.
O atraso acontece em meio à pandemia do novo coronavírus e diante da grande demanda por profissionais de saúde na rede hospitalar pública e privada.
Ocorre que, com a pandemia, o Coren suspendeu o atendimento presencial e disponibilizou contatos por telefone e email para receber os pedidos de registro. No entanto, esses canais não estão funcionando com eficiência. “Tem gente que já mandou a papelada há mais de 15 dias, mas não obteve retorno. Já enviei minha documentação duas vezes. Os números de telefone informados para o atendimento a distância estão na caixa postal ou só chamam”, relatou um enfermeiro recém-formado.
Em condições normais, logo após a graduação o enfermeiro ou enfermeira encaminha a documentação para o Coren solicitando a expedição da habilitação e paga uma taxa no valor de R$ 452,00. Geralmente em cinco dias o procedimento estaria concluído. Mas, com as portas fechadas e sem agilidade nos canais a distância, o Coren está prejudicando a mão de obra egressa das universidades e faculdades.
“É uma demora absurda, no momento em que a sociedade mais precisa de profissionais de saúde regulamentados para o trabalho. Tenho amigos que se formaram juntamente comigo e esperam a resposta há mais de um mês e ainda não foram atendidos. E casos que todo dia reencaminha o mesmo e-mail para ver se obtém resposta, mas nada acontece. Precisamos estar regulamentados para exercer a profissão. É a segunda proposta de emprego que recebo e não possuo ainda registro para atuar na minha profissão, por conta de uma burocracia não resolvida.”, reclamou uma enfermeira recém-graduada.
As duas fontes não quiseram ser identificadas.
Recentemente, o governo federal determinou que os estudantes de Enfermagem, Medicina e Fisioterapia tivessem suas graduações antecipadas para agilizar o ingresso nas frentes de combate à pandemia. A professora doutora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Sirliane Paiva, manifestou surpresa ao tomar conhecimento da morosidade do Coren. “Nesse momento precisamos de uma sincronia de ações. O governo antecipa as graduações, mas de nada vai adiantar se não tiver a licença. A seção do Coren no Maranhão está há um tempo sob intervenção, mas isso não é impedimento para acelerar os trâmites da documentação. Nós temos muitas faculdades de enfermagem no Maranhão e com certeza aconteceram muitas graduações e todos esses novos enfermeiros precisam do registro. Muitos estão dispostos a ir para a linha de frente, mas estão impossibilitados. Acho que o Coren deve dar um retorno imediato àqueles que estão solicitando seus registros profissionais”, cobrou Paiva.
Nossa reportagem ligou nos números (98561-6817, 98520-3406 e 98509-1087) e mandou mensagem para três endereços eletrônicos ([email protected], [email protected], [email protected]) disponibilizados pelo Coren. Os telefones estão em caixa postal. Às 15h41min de hoje (17 abr) uma das respostas ao e_mail do Blog do Ed Wilson informa que a denúncia seria encaminhada para a Assessoria de Comunicação (Ascom) do Coren.
Resposta ao email do Blog do Ed Wilson informa que a Ascom iria se manifestar
Posteriormente, em contato pelo aplicativo de mensagens WhatsAssp, a Ascom informou às 17h 56min que estava providenciando uma nota de esclarecimento, mas até o fechamento dessa matéria (19h 54min) a nota não foi enviada.
Após a publicação da matéria, às 20h, o Coren enviou a seguinte Nota de Esclarecimento, conforme abaixo:
Texto publicado originalmente em: http://edwilsonaraujo.com/