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Editorial: Ministro do STF atacado pela família Brandão e dirigente da CBF

O dirigente da CBF, Fernando Sarney, apoia a família Brandão por meio de aliança política e financeira. Imagem: Acervo CBF (Rede social)

O primeiro movimento partiu do dirigente da CBF, Fernando Sarney, por meio de sua emissora de TV. Em 8 de agosto, no quadro Bastidores, da TV Mirante, foi dito:

“Na política não há espaço para coincidência. Só sendo muito inocente para imaginar que houve coincidência na troca de comando no PSB (do Maranhão) um dia depois de um despacho de Flávio Dino (ministro do STF) em relação ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão.”

Na noite do dia seguinte, 9 de agosto, o ruralista Marcus Brandão — irmão do governador do Maranhão, Carlos Brandão — publicou na internet um vídeo com ataques ainda mais duros ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino.

O governador Carlos Brandão ao lado de Marcus Brandão, o líder da família. Imagem: acervo Rede social

O mesmo material ofensivo contra o ministro do STF, com seis minutos de duração, foi divulgado na manhã de 11 de agosto na TV do dirigente da CBF. No mesmo dia, à tarde, Marcus e Fernando embarcaram juntos para Brasília.

Posando para fatos

Em 12 de agosto, o governador Carlos Brandão teve duas audiências em Brasília: uma com o presidente do STF, ministro Luiz Roberto Barroso, e outra com o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi.

Os dois encontros em Brasília estão vinculados à movimentação iniciada no Maranhão quatro dias antes, com os ataques ao ministro do Supremo.

E enquanto Carlos Brandão posava para fotos com autoridades na capital federal, para tentar demonstrar prestígio, o deputado federal Hildo Rocha — suplente de Roseana Sarney — discursava na Câmara dos Deputados.

Na tribuna, o suplente da irmã do dirigente da CBF fez coro ao que já vinha sendo dito no Maranhão contra o integrante do STF.

Não é coincidência

As ações articuladas pela dupla Marcus-Fernando estão relacionadas ao trabalho da Polícia Federal no Maranhão, a partir de despacho oriundo do STF, assinado pelo ministro Flávio Dino.

O trabalho da Polícia Federal provoca pânico em pessoas que ainda detêm poder no Maranhão. Imagem: acervo Policia Federal (Rede social)

Atualmente, a extrema-direita bolsonarista, ao sabotar o Estado Democrático de Direito, também tenta desacreditar instituições como o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal.

O discurso do esquema Marcus-Fernando está evidentemente ligado a esse aspecto da conjuntura política nacional.

O STF continua sendo alvo de conservadores e extremistas de direita. Imagem: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Uma evidência disso é que a fala do suplente Hildo Rocha, na Câmara dos Deputados, contra um integrante do STF, foi imediatamente noticiada no site do jornalista Cláudio Humberto, que continuou batendo no ministro do Supremo em outro veículo.

O jornalista alagoano foi o ponto de partida para uma ação da assessoria de Carlos Brandão, junto a outros órgão da mídia nacional, com o mesmo objetivo de atingir o membro do STF.

Antigo agente da direita e sempre em oposição a Lula, Cláudio Humberto chegou a Brasília como assessor do ex-presidente Fernando Collor, seu conterrâneo, que atualmente cumpre prisão domiciliar após ter sido condenado por corrupção pelo mesmo STF.

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