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Ditadura nunca mais: Bolsonaro é réu e São Luís vai às ruas em favor do Estado Democrático

Em 1979 o Brasil ainda vivia a ditadura militar, mas já dava tímidos passos rumo ao processo de redemocratização. Imagem: Catarse

Com decisão unânime, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou, dia 26 de março, a favor de tornar réu o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Outros sete ex-integrantes do seu governo, sendo três generais do Exército – Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) -, também responderão ao processo criminal.

Mobilizações em todo o país começam a surgir pelo cárcere do ex-presidente e seus assessores. Em São Luís, já estão organizados dois atos, nos dias 30 de março e 01 de abril.

O primeiro encontro popular é pela da prisão de Bolsonaro e outro em memória das vítimas da ditadura militar, implantada no Brasil em 1964, incluindo pessoas que foram sequestradas, torturadas e assassinadas.

Em 2023, vândalos invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, na tentativa de Golpe de Estado. Bolsonaro está sendo julgado como líder do atentado ao Estado Democrático de Direito. Imagem: Poder 360.

Para falar sobre as duas pautas, a passeata e a importância de entender historicamente a ditadura no Brasil – o Jornal Tambor de quinta-feira (27/03) entrevistou o estudante da UEMA Afonso Sodré, da Unidade Popular, e o professor John Kennedy Ferreira, da Comissão da Verdade da UFMA.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra de Afonso Sodré e John Kennedy)

Afonso disse que é necessário que se crie um espaço de memória para relembrar a violência durante a ditadura no Brasil e a sua influência nos dias de hoje, principalmente contra corpos negros periféricos.

Para ele, as mobilizações com a participação da juventude são fundamentais para fortalecer a luta contra movimentos fascistas e antidemocráticos no país.

“Nós precisamos criar essa ofensiva contra o fascismo, só existe essa possibilidade de fascismo porque vivemos hoje dentro de um sistema capitalista. A ditadura só aconteceu em nosso país porque há um financiamento, que veio das elites. Precisamos atacar esse modelo que se utiliza do capitalismo para se perpetuar no poder”, afirmou o integrante da Unidade Popular.

O professor ressaltou que no Maranhão existe um processo de apagamento de memória em relação ao período da ditadura no Brasil e que é fundamental uma ação política mais ampla dos movimentos e organizações sociais para o não fortalecimento do fascismo na estrutura econômica e política do país.

Ainda como exemplo da apropriação do capital social pela classe dominante no Maranhão, Kennedy pontuou que “a Lei de Terras de 1969, criada pelo Sarney, abre uma ofensiva sensacional contra os camponeses, quilombolas e indígenas. É uma ação avassaladora, nós tivemos situações de fome produzidas pelo próprio governo. Hoje ainda existe essa mesma situação por conta do aumento do latifúndio no estado, algo triste”, completou o professor da UFMA. Na época da criação da Lei, Sarney era Governador do Estado.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Afonso Sodré e John Kennedy)

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