Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
23/03/2021
Foto: Divulgação
A data do Dia Estadual de Combate à Tortura foi marcada com o show “Gerar, Gerô, Gerando”, em lembrança e homenagem aos dez anos do assassinato do artista maranhense, Jeremias Pereira da Silva, o Gerô, espancado até a morte em 2007 policiais.
Em entrevista ao Radiojornal Tambor nesta segunda-feira, 22, Joisiane Gamba, advogada da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e Weslley Pereira, graduando em Serviço Social na UFMA e ativista da SMDH, falaram sobre a data e o ativismo contra a tortura e o desencarceramento.
A campanha 22 Dias de Ativismo Contra a Tortura e pelo Desencarceramento, e Desencarcera Já, são ações que envolvem o combate a tortura e genocío da juventude negra e periférica.
De acordo com a ativista Jo Gamba, a sociedade sempre culpabiliza e criminaliza as vítimas para que os agentes públicos de segurança sejam isentos de suas práticas arbitrárias, racistas e classistas, como aconteceu com o artista Gerô. Ela enfatiza que as denúncias no SMDH demonstram exatamente essa prática.
Ela também pontua que isto acontece com um tipo determinado de população que são as pretas e de periferia. “Essa prática tem cor e endereço”, destacou.
Para a advogada, a criminalização das drogas, o encarceramento, a militarização da polícia e a prática de segurança pública do Estado na periferia são pontos que aumentam as práticas de tortura e genocídio dessa população.
O ativista Weslley Pereira ressalta que é preciso engajamento da juventude para que a sociedade conheça sua história e não a repita. Para construir um modelo de sociedade livre de opressões é preciso atuar. “Precisamos avançar e não voltar para trás”, disse ele.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.