Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
31/01/2020
O Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Feira da Tralha, criaram, para o carnaval de São Luís deste ano, o bloco Solar Tralha que mistura resistência política, cultura e brincadeiras carnavalescas. Elitiel Guedes (MST) conversou com Rejane Galeno sobre o tema, no Radiojornal Tambor desta sexta-feira (31).
O bloco surgiu de pessoas que frequentam o Solar e a Feira da Tralha e viram a iniciativa como uma oportunidade de valorização do Centro Histórico de São Luís, abandonado pelo Poder Público. Assim como ocupar o espaço com atividades aos domingos, um dia com esvaziamento do centro, sem ações culturais. “É uma construção de resistência com a cidade. E é uma forma das pessoas conhecerem o MST.”, comentou ele.
Elitiel Guedes aproveitou para destacar como o carnaval é uma forma de resistência do trabalhador e um ato político. Segundo ele, o bloco também tem a finalidade de aproximar as pessoas com a mesma concepção de mundo. “O carnaval é um ato político, porque é o direito do trabalhador à cultura, arte e lazer”, ponderou o coordenador cultural do Solar Maria Firmina dos Reis.
Além disso, o convidado destacou que a relação do MST com a cultura, converge com as manifestações carnavalescas. Elitiel Guedes explicou que o movimento perpetua a cultura camponesa nos assentamentos pelo Brasil, e esse ato também é de resistência. “Festejar por si só é uma maneira do trabalhador resistir, pois a manifestação cultural surge do trabalho manual do proletariado”, ressaltou ele.
O bloco Solar Tralha começará neste domingo (02), a partir das 9h, com concentração no Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, seguindo até a Feira da Tralha. A atração promete agitar o centro de São Luís nos próximos domingos de pré-carnaval.