Os aprovados no concurso público na cidade maranhense de Presidente Sarney estão denunciando a prefeitura do município, que estaria tentando anular as provas.
O caso gerou enorme indignação. O concurso foi realizado pela própria prefeitura.
A denúncia foi encaminhada formalmente ao Ministério Público, já sendo acompanhado pela Defensoria Pública do Estado.
Segundo os aprovados, sem apresentar uma justificativa plausível, a comissão organizadora do concurso e a Banca L J Assessoria e Planejamento, através da prefeitura, publicaram uma nota informando sobre a exclusão de um dos critérios de avaliação,
No edital nº 001/2023, de novembro de 2023, estava previsto a necessidade de acertar no mínimo 50%, de cada prova objetiva. Isso foi retirado pela nota divulgada pelos organizadores.
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Os classificados também destacaram que no cronograma da prefeitura existem uma série de outras irregularidades.
Eles ressaltam que a gestão municipal estaria querendo a reaplicação das provas.
Para falar sobre a denúncia, o Jornal Tambor de segunda-feira (19/02) entrevistou Ana Gilmara, Neila Paiva e Jaime Coelho. Eles são algumas das pessoas que realizaram a prova, foram aprovados e estão denunciando a situação.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Ana Gilmara, Neila Paiva e Jaime Coelho)
Os entrevistados destacaram que entraram em contato com a assessoria da prefeitura de Presidente Sarney e da Banca LJ Assessoria e Planejamentos para saber o motivo da decisão.
Foram informados que a causa seria para corrigir conflitos de regras do Edital nº 001/2023.
No entanto, Neila falou que a exclusão do critério de acerto de 50% no mínimo, de cada prova objetiva, é algo injustificável e que vai contra a lisura do concurso.
Outro problema denunciado, seria que por conta da exclusão desse critério, os aprovados perderam o direito das vagas. Porém não tiveram a publicação de datas para entrarem com recursos.
Enquanto isso, as pessoas não classificadas nas primeiras etapas do concurso tiveram a possibilidade de entrarem com o recurso.
Eles mostraram um print de tela que foi tirado de uma conversa em grupo em aplicativo de mensagens, entre o advogado Penaldon Jorge (esposo da prefeita da cidade) e candidatos não aprovados. Nele o advogado trata exatamente sobre a possiblidade de recurso.
Veja abaixo o print da conversa em grupo
Neila ressaltou que “a nota foi publicada às escuras” e que os candidatos, cujos os nomes estão presentes na lista de aprovados, “são contra a decisão de anulação e nova aplicação das provas objetivas já realizadas”.
Ela diz que “essa nova aplicação de provas vai contra o Edital nº 001/2023. Nós nos preparamos para fazer a prova e estamos sendo desrespeitados”.
As pessoas entrevistadas falaram que foram 900 aprovados nas etapas do concurso da prefeitura, de um total de 1.040 vagas ofertadas no edital. E essas pessoas estariam sendo prejudicadas pela anulação do mesmo.
Para Neila e Jaime, essa ação por parte da Prefeitura em revogar as provas, só deixa em evidência que o resultado do concurso vai contra os interesses da gestão municipal.
Neila frisou que “a gestão está insatisfeita porque os aprovados não são os deles. Nós estudamos e lutamos para isso, vamos reivindicar nossos direitos”.
O outro lado
A Agência Tambor entrou em contato com a prefeitura de Presidente Sarney e com a Banca L J Assessoria e Planejamentos para saber o que eles tem a dizer, em relação à denúncia feita. Não tivemos retorno até o fechamento da matéria.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Ana Gilmara, Neila Paiva e Jaime Coelho)
Anular o concurso é desrespeito com aqueles estudaram para fazerem essa prova, fora os gastos que todos tiveram. Eu confio na justiça e sei que ela não vai deixar isso acontecer.
o concurso teve gente da comissão formada que fez o certame e ficou em terceiro lugar, obs: o dito cujo é secretario do município.
Eu moro a quase 300 km, fui fazer essa prova, tive muito gastos, e todas as provas de concursos hoje em dia é assim 50% no mínimo para passar.
Moro na ultima cidade do litoral do Maranhão aceitei 68% da prova e na hora eles fazem isso. Pensei que só na minha cidade tinha essa politicagem, mas infelizmente é geral.