
Neste ano de 2025, pela primeira vez na história, o Brasil trouxe um Oscar para casa.
O Oscar é um evento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Academy of Motion Picture Arts and Sciences), que ocorre em Los Angeles (EUA), de enorme repercussão, tornando-se o prêmio mais valorizado do cinema mundial. O cinema americano é o mais rico do planeta, o que favorece a imensa visibilidade da celebração.
Foi através do filme “Ainda Estou Aqui” (2024), que o cinema, a arte e nossa memória política ganharam destaque em solo americano.
A obra dirigida por Walter Salles, traz denúncia de crimes cometidos pela ditadura militar implantada no Brasil, a partir de 1964.
O Jornal Tambor de segunda-feira (10/03) entrevistou Thais Lima e Rafaela Gonçalves, cineastas do Maranhão. Thais é da Guajajara Filmes. Rafaela é da Matraca Filmes.
As cineastas comentaram sobre as reais consequências do prêmio para a sociedade brasileira.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da Thais Lima e Rafaela Gonçalves)
Segundo Rafaela “a premiação deu uma aquecida não só no cinema, mas também na revisitação de obras que já passaram pelo Oscar. Além disso, essa é uma chance das pessoas, principalmente os mais jovens, conhecerem a realidade do que foi aquele período ditatorial no Brasil”.
Para a representante da Matraca Filmes, o filme abriu espaço para que a sociedade reflita sobre a atual conjuntura política nacional e sua relação com os anos de chumbo.
Uma outra questão é que a obra de Walter coloca temas como a ditadura, o cinema brasileiros e a valorização de políticas culturais no centro do debate social.
“Eu acho muito forte que a gente tenha conseguido essa conquista depois de tudo que a gente passou politicamente no Brasil – a tentativa de golpe de 2022 e 2023. Um filme como esse ganhar o Oscar, no dá a sensação que agora estamos conseguindo respirar”, afirmou Rafaela.
Para Thais, “Ainda Estou Aqui” (2024) traz visibilidade para o cinema brasileiro como o todo, além de dar palco para a importância do fomento no setor audiovisual nacional.
“É importante levar esse debate para a sociedade. O cinema precisa estar em nosso cotidiano e nas escolas. Não tem como a gente fazer arte se não tiver investimento financeiro, essencial essas políticas de incentivo cultural, principalmente para o nosso cinema”, destacou a representante da Guajajara Filmes.
Thais lembrou da alta repercussão da obra no Brasil e sua consequência para as pessoas que fazem cinema no país.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Thais Lima e Rafaela Gonçalves)