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Caso Gerô: tragédia envolvendo artista segue inspirando luta contra a tortura

Caso Gerô, ocorrido em São Luís, expõe inaceitável realidade vivida em nossa sociedade. (A imagem é de um caso em São Paulo)

Ele foi algemado, teve cinco costelas quebradas, parte do maxilar afundado, os rins dilacerados, sofreu hemorragia interna e apresentou várias escoriações por todo o corpo, sendo em seguida assassinado.

Estamos falando da trágica morte de Jeremias Pereira da Silva, artista conhecido como Gerô, ocorrida há 18 anos, no dia 22 de março de 2007. Ele foi torturado e assassinado por policiais militares na cidade de São Luís, no Maranhão.

Por conta desse crime bárbaro, a data foi instituída como o Dia Estadual de Combate à Tortura no Maranhão.

O caso Gerô expõe uma trágica realidade brasileira, incluindo o racismo e a péssima formação de agentes da nossa “segurança pública”. O artista era negro e foi confundido pelos policiais com um assaltante.

O artista maranhense Gerô foi alvo de racismo e de um total despreparo policial

A Campanha de Combate à Tortura e pelo Desencarceramento no Maranhão, promovida pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), sempre no mês de março, nasceu inspirada no caso do artista Gerô.

Ela é realizada há seis anos, desde 2018. Este ano, teve como tema “22 dias de ativismo: combate à tortura e pelo desencarceramento”.

Ainda em celebração à memória de Gerô, a SMDH programou um “Café com Direitos Humanos” para o dia 22 de março, no Solar Cultural Maria Firmina dos Reis, no Centro de São Luís.

O Jornal Tambor de sexta-feira (21/03) tratou desse assunto, entrevistando Carla Renata, comunicadora da SMDH.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Carla.)

A comunicadora destacou a importância de manter viva na memória das pessoas quem foi Gerô e as circunstâncias de sua morte para o combate à tortura no Maranhão e no Brasil.

Por meio da Lei Estadual nº 8.641/2007, a data marca a luta contra as mais diversas formas de tortura. A comunicadora chamou atenção para a necessidade do fim da violência policial e do problema do encarceramento no Brasil.

Para ela, o racismo continua sendo um dos principais fatores que facilitam esse tipo de violência.

“O Brasil é um dos países com maior população carcerária e mais casos de tortura. A questão racial está ligada à cultura do encarceramento e da tortura no Brasil. Por isso, é necessário discutir esse assunto”, afirmou Carla.

Outro ponto destacado pela comunicadora foi a naturalização da violência contra corpos negros no Brasil. Ela ressaltou que esse processo foi intensificado durante a Ditadura Militar, implantada no país em 1964, e continua sendo reproduzido até hoje por meio das abordagens policiais.

Carla informou que a SMDH tem trabalhado no monitoramento de denúncias de casos de violência.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Carla.)

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Raimundo César de Souza e o

Crime contra a humanidade e que precisa haver reparação histórica.


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