O coordenador-geral do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Rodolfo Cutim, ratificou a posição da entidade em seguir firme na resistência e na luta da categoria, especialmente na próxima Campanha Salarial.
O dirigente sindical defende que é necessária a construção de uma alternativa ao Comando Nacional para que os bancários e bancárias do Brasil possam obter reais conquistas, o que não foi possível no momento.
Praticamente todas as bases existentes no país aprovaram o acordo rebaixado apresentado pelo governo federal e pelas instituições financeiras, o que inviabilizou a continuidade da greve no Maranhão. Dessa forma, os bancários maranhenses decidiram retornar ao trabalho devido à decisão da categoria em âmbito nacional.
“Infelizmente, por culpa do movimento sindical majoritário, que não mobiliza e não faz greve, questões essenciais, como aumento digno, manutenção dos caixas, combate ao adoecimento, condições de trabalho, saúde, fim do assédio moral e do Programa Performa, dentre outros pontos importantes, não foram debatidos como deveriam. Contudo, a nossa luta por essas bandeiras continuará firme e forte”, enfatizou Rodolfo Cutrim.
No caso do Banco do Brasil, na Assembleia Geral realizada na terça-feira (17/9), via plataforma Zoom, os bancários aprovaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentado pelo BB. Votada em apartado, a cláusula 17 do ACT, que versa sobre a possibilidade de demissão imotivada, foi rejeitada pelo funcionalismo.
Na segunda-feira (16/9), via plataforma Zoom, foram os bancários da Caixa Econômica Federal (CEF), no Maranhão, que aprovaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentado pelo banco.
Apesar da proposta rebaixada da Caixa, os funcionários maranhenses decidiram retornar ao trabalho devido à decisão da categoria em âmbito nacional. Das 140 bases existentes no Brasil, mais de 112 aprovaram o acordo, inviabilizando a continuidade da greve.
No Banco da Amazônia (Basa), mesmo com a proposta rebaixada, os empregados também decidiram aprovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) devido à decisão da categoria em âmbito nacional, que votou pela aceitação da proposta nas principais bases, a exemplo do Pará, matriz do banco regional.
Os bancários da Caixa, BB e Basa deflagraram greve no dia 10/09 no Maranhão, após rejeitarem, inicialmente, as propostas dos bancos de reajuste de 4,64% (INPC + 0,9%) em 2024 e de 0,6% (mais a inflação) em 2025. Os funcionários exigiam 34,47% de aumento, mas aceitaram os índices iniciais devido ao fim da paralisação nacional.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste oferecido pelos bancos foi menor que o conquistado por 85% das categorias no país. A maioria dos trabalhadores obteve 1,54% de ganhos reais neste ano.
Além das cláusulas econômicas pífias, as propostas dos banqueiros e do governo não apresentaram avanços efetivos contra metas abusivas, assédio moral e reestruturações. Não garantiram a contratação de bancários, melhores condições de trabalho, emprego, assistência à saúde, segurança, nem atendimento digno para os clientes.