Por Agência Tambor
Em 30/06/2020
Mais de 260 grupos da sociedade civil no mundo todo solicitaram ao governo da China, que assegure assistência financeira relacionada ao COVID-19 para projetos que tem capital chinês e estejam em dificuldades.
As entidades deixaram claro que esses investimentos chineses, no exterior, devem ser apenas para aqueles projetos de alta qualidade, que atendem a critérios rígidos e específicos, evitando resgatar projetos que já apresentavam riscos ambientais, sociais, à biodiversidade, climáticos ou financeiros, antes do início do COVID-19. Esta solicitação se deu em 29 de abril de 2020.
Sessenta projetos foram listados, em todo o mundo, entre os que não atendem os critérios de “alta qualidade”. Entre eles está o Porto São Luís, que afeta diretamente a comunidade Cajueiro, localizada na costa da Baía de São Marcos, no município de São Luís, capital do estado do Maranhão, que fica no nordeste e na Amazônia Legal do Brasil.
Além do Porto São Luís, no Brasil também foram vetadas a Usina Hidrelétrica de São Manoel, na divisa dos estados de Mato Grosso e do Pará e a fábrica de celulose Eldorado Vanguarda 2.0, localizada no estado de Mato Grosso do Sul.
O mundo continua enfrentando à crise do COVID-19, as economias encolhendo, o desemprego aumentando e os principais projetos de desenvolvimento estagnados.
À medida que o mundo busca maneiras de gerenciar a crise e começamos a lidar com os danos causados pela pandemia, os agentes chineses e globais do desenvolvimento precisarão considerar, seriamente, como investimentos de baixa qualidade e alto risco podem não apenas levar a impactos ambientais, sociais, climáticos e de biodiversidade negativos, mas também facilitar a propagação de doenças, como consequência da invasão de ecossistemas primitivos.