A greve de ônibus na Ilha de São Luís é utilizada todos os anos para o aumento dos preços da passagem dos transportes coletivos.
A cada ano, cerca de 700 mil pessoas usuárias do sistema de transporte coletivo, é prejudicada nos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
É um perrengue sem fim! Uma luta diária para chegar aos locais de trabalho pagando uma passagem, ainda mais cara, em transportes alternativos, muitos deles sem nenhuma segurança ou higiene. E, o pior: quase sempre logo após a greve quem paga a conta é o usuário, com mais um aumento de tarifa.
E para piorar mais, ainda com o crescimento das passagens, o sistema de transporte não melhora em nada. Persiste a péssima qualidade do transporte público oferecido pelas empresas de ônibus na Ilha de São Luís.
A frota não é suficiente, os ônibus são velhos, o preço da passagem é muito caro e não existe transparência em relação ao lucro das empresas. Além disso, os motoristas ganham mal e algumas empresas atrasam o pagamento.
A Câmara de Vereadores de São Luís não fiscaliza como deveria. Assim como a prefeitura de São Luís, “vive de joelhos” diante do poder econômico dos empresários, os donos das empresas de ônibus.
Este ano, mais uma greve e mais sofrimento para a população, que vai “sambando”. Enquanto não há uma efetiva política de mobilidade urbana com um sistema de transporte coletivo eficaz e de qualidade aos usuários.
Derrame de dinheiro público
Os ônibus voltaram a circular em São Luís na sexta-feira, dia 9 de fevereiro.
Diferente dos anos anteriores, em 2024, ano de eleição, não houve aumento direto no preço da passagem.
Porém, após a greve que sempre favorece aos empresários, aumentou muito o tal subsídio que a prefeitura de São Luís paga para as empresas de ônibus.
Em cada passagem paga pelo cidadão de São Luís, a prefeitura repassava 70 centavos. Agora, em 2024, o subsídio será de R$ 1,35 por passagem.
Isso significa que, para cada passageiro que paga R$ 4,20, a prefeitura de São Luís paga mais R$ 1,35. O aumento foi mais de 90%.
Isso representa milhões por ano. Estamos falando do dinheiro público, financiando empresários que oferecem serviço público em São Luís de péssima qualidade.