Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho*
07/08/2021
‘’A urna eletrônica é segura e auditável. O que torna as eleições no Brasil contestáveis são o abuso do poder econômico, a corrupção eleitoral, a compra de voto e as fake news.’’
A declaração foi feita por Carlos Sérgio de Carvalho Barros, advogado, pós-graduado em direito eleitoral e entrevistado de ontem (06/08) do Jornal Tambor.
VEJA ABAIXO A ENTREVISTA
O advogado afirmou que a urna eletrônica representa ‘’um grande avanço’’ em relação a época em que as cédulas eram de papel e as urnas de lona. Naquele contexto, além da fraude, o processo eleitoral tinha uma média de 15% de votos nulos. Hoje esse índice está em torno de 6%.
Carlos Sérgio esclareceu que a urna eletrônica não é integrada a internet e não é possível acessa-la através de outros equipamentos. As auditagens realizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os partidos e especialistas em tecnologia são permanentes.
Uma das estratégias utilizadas pela Justiça Eleitoral para verificar a segurança dos aparelhos é a votação paralela. Nas vésperas das eleições, algumas urnas são sorteadas, simulam a votação e depois são checadas para saber se o resultado é compatível com aquele que as pessoas haviam manifestado. Até hoje, não foram encontradas divergências.
Além disso, o equipamento imprime o Boletim de Urna (BU), um relatório detalhado com todos os votos digitados no aparelho. Cada fiscal de partido e representante de seção eleitoral fica com uma cópia desse resultado. Outra cópia do arquivo é enviada para que a Justiça Eleitoral possa fazer a apuração e totalização dos votos.
Carlos Sérgio lamentou ‘’o grande retrocesso e a instabilidade política’’ causada pelos que afirmam, sem provas, que as urnas eletrônicas não são seguras e atacam as autoridades eleitorais.
Em resposta a ofensiva liderada por Bolsonaro, o TSE abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques do presidente e pediu a sua inclusão no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ontem (5), uma comissão especial da Câmara rejeitou o voto impresso. Em referência a Bolsonaro, Carlos Sergio afirmou que ‘’o artificio de contestar as urnas eletrônicas é uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral por quem já sabe que vai ser derrotado’’ e acrescentou que ‘’isso parece mais uma discussão para impedir que a sociedade brasileira esteja discutindo outros assuntos’’
O advogado espera que ‘’esse processo de questionamento das urnas traga algo de bom no sentido de aperfeiçoar e combater todo tipo de fraude, não só no voto, mas principalmente do abuso do poder econômico e poder político’’.
E ressaltou que ‘’isso sim precisa ser discutido para que as classes populares sejam devidamente representadas e os políticos possam atender aos seus anseios’’.
*Com edição de Emilio Azevedo
A edição do Jornal Tambor, com a entrevista do advogado Carlos Sérgio, está disponível em nosso canal no YouTube.
A entrevista do advogado Carlos Sérgio, ao Jornal Tambor, pode ser ouvida na plataforma Spotify. Ouça abaixo: