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A Patativa voou: morre aos 87 anos a cantora e compositora maranhense

A sambista compositora Patativa morre aos 87 anos Imagem: central Brasil Notícias

Aos 88 anos de idade, a cantora e irreverente compositora maranhense Patativa nos deixou. Nascida em 5 de outubro de 1937, na cidade de Pedreiras (MA), com o nome de Maria do Socorro Silva, Patativa veio para a capital, São Luís, para demonstrar todo o seu talento, alegria e espontaneidade cantando em rodas de amigos e barzinhos.

O seu novo batismo, ou seu novo nome – Patativa – ‘reza a lenda’ que surgiu Madre Deus, um dos bairros mais boêmios e de grande efervescência cultural de São Luís, a partir de uma história divertida.

Em uma noite, em um bar com seu amigo Justo Santeiro, os dois se desentenderam e ela o chamou de ‘amigo da onça’. Ele, então, retrucou: “E você, que parece uma patativa de tanto que fica cantarolando”.

A partir desse momento histórico, “Patativa” virou não apenas um ‘apelido’, mas uma marca da sambista Maria do Socorro Silva, que, como um pássaro, cantou, encantou e deixou um legado que, com certeza, vai continuar ‘embalando’, com sua voz e sua poesia as histórias de milhares de pessoas.

Ainda que com tanta tradição na música maranhense, Patativa, somente aos 77 anos, conseguiu lançar o em seu primeiro CD “Ninguém é melhor do que eu” em 2014. O CD é totalmente autoral.

Com produção do instrumentista Luiz Junior, em parceria com o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, o CD traz 13 faixas escolhidas dentre muitas canções do seu vasto acervo musical.

O disco contou também com convidados especiais como Zeca Pagodinho, Simone e o próprio Zeca Baleiro. Na época, Patativa comemorou: “Nem nos meus melhores pensamentos achei que meu primeiro disco ia ter essas participações. Não queria morrer sem fazer um disco. Então, estou muito feliz de ter essas pessoas comigo, essas beldades cantando as minhas músicas. É uma honra muito grande.”

Após quatro anos de lançamento do seu primeiro CD, Patativa lançou seu segundo disco, “Sou de Pouca Fala”, aos 81 anos. O disco teve a produção de Zeca Baleiro e Luís Júnior Maranhão. Lançado pela Saravá Discos, o CD conta com 13 faixas da sambista que incluem as canções “Cacuriá”, “Mina e xote”, em que ela divide os vocais com Zeca Baleiro.

A sua entrada no mundo do samba deu-se como acompanhante da Turmas do Quinto, do Cruzeiro e dos Fuzileiros da Fuzarca, sempre junto aos batuqueiros.

Em 1980, Patativa ingressou como componente da Turma do Quinto desfilando na ala das baianas, a convite do seu companheiro Vavá, amo do boi da Madre Deus e diretor de harmonia da escola de samba.

A cantora Lena Machado, que gravou a música “Colher de Chá”, de Patativa, no disco Samba de Minha Aldeia (2010), escreveu em uma rede social: “É assim que quero lembrar dela: com sua irreverência e alegria, seu senso de humor apurado e sagaz! Patativa Silva partiu!”.

Lena Machado reforçou que Patativa “Deixa um legado forte de amor pelo samba, pela cultura maranhense, pela liberdade e pelo empoderamento feminino. Sempre foi assim que vi essa mulher compositora que circulava livre pelas rodas de sambas, pelo Mercado das Tulhas e pelo circuito cultural da Madre Deus!”.

Por fim, Lena Machado relembrou que Patativa “Nos acolhia em casa e contava suas histórias de vida de um jeito que nos fazia rir das coisas inusitadas que viveu e até dos desafios que enfrentou desde pequena” e ressaltou que ela foi a “nossa Colher de Chá de encantamento e alegria na dura arte de viver de arte neste lugar chamado Maranhão”.

Já o cantor, compositor e jornalista maranhense Cesar Teixeira escreveu ao postar um videoclipe em uma rede social: “Para lembrar a cantora e compositora pedreirense Maria do Socorro Silva, que nos deixou de pandeiro na mão e foi cantar samba pra São Jorge”.

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