As inscrições para o Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) seguem abertas até o próximo sábado, 4 de outubro. A seleção oferece vagas para os cursos de mestrado e doutorado profissional, voltados à formação de professores e pesquisadores comprometidos com o ensino de História na educação básica.
Criado em 2013, o programa nasceu com o objetivo de fortalecer a qualificação docente e fomentar pesquisas que dialoguem diretamente com a realidade das salas de aula. “O diferencial do PPGHIST é justamente o retorno social. Cada pesquisa desenvolvida precisa gerar um produto técnico ou tecnológico que será aplicado na prática escolar”, explicou a coordenadora do programa, professora Ana Paula Ribeiro de Sousa, no Programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor.
Inicialmente voltado apenas ao mestrado, o PPGHIST passou a oferecer também o doutorado em 2019, tornando-se pioneiro no Nordeste com essa modalidade. Atualmente, o programa é reconhecido pela CAPES com nota 5 — avaliação considerada de excelência nas regiões Norte e Nordeste, onde nenhum curso de História atinge nota 6 ou 7. “Essa nota demonstra a qualidade do nosso corpo docente e o compromisso com a formação de profissionais que atuam tanto como professores quanto como pesquisadores”, destacou Ana Paula.
De acordo com a coordenadora, o impacto social é um dos pontos centrais do PPGHIST. Até 2023, o curso já formou 138 mestres e 18 doutores, a maioria professores da rede pública. “Mais de 70% dos egressos atuam na educação básica, o que confirma que o programa tem cumprido sua missão de qualificar professores e transformar o ensino de História”, afirmou.
O processo seletivo 2026 oferece 20 vagas para o mestrado e 12 para o doutorado. Entre as exigências, os candidatos devem apresentar projeto de pesquisa alinhado às linhas do programa — Linguagens e Construção do Conhecimento Histórico ou Memórias e Saberes Históricos. A seleção inclui análise de projeto, prova escrita, entrevista e exame de proficiência em língua estrangeira.
A política de inclusão também é um pilar do PPGHIST. O edital reserva 20% das vagas para candidatos negros, indígenas, quilombolas e pessoas trans, além de garantir isenção da taxa de inscrição para candidatos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Nosso compromisso é democratizar o acesso e tornar a universidade mais plural. Temos alunos que pertencem a segmentos historicamente excluídos do ensino superior e que hoje contribuem para levar esse conhecimento científico às suas comunidades”, reforçou a coordenadora.
O programa já tem mostrado resultados concretos de impacto na sociedade. Entre os exemplos citados por Ana Paula, está uma pesquisa que inspirou um projeto de lei para incluir no currículo escolar a história dos povos da Ilha de São Luís, desafiando a visão eurocêntrica predominante nos livros didáticos. “É fundamental mostrar que a história do Maranhão também tem uma antiguidade própria, que deve ser contada e valorizada nas escolas”, disse.
As inscrições são realizadas de forma online, no site do PPGHIST, onde os candidatos encontram o edital completo e as orientações sobre documentação e critérios de seleção. Para Ana Paula, o momento é uma oportunidade única para quem deseja avançar na carreira acadêmica e profissional. “Convidamos professores e pesquisadores a se inscreverem, trazendo ideias e metodologias que possam contribuir para melhorar o ensino de História no Brasil”, declarou.
Veja entrevista completa com a professora Ana Paula Ribeiro foi ao ar no programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor.