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Ausência de educação inclusiva para crianças autistas segue angustiando famílias de São Luís

Uma criança autista de cinco anos teria tido sua matrícula recusada pelo Colégio Educallis, da rede de ensino particular de São Luís.

De acordo com a denúncia feita por David Nolêto, pai da criança, no Jornal Tambor de terça-feira (07/11), o motivo da negativa da matrícula de seu filho seria em razão da escola não ter mais vagas para crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo o relato do pai, a gestão da escola disse que se baseou na resolução 291/2002 do Conselho Estadual de Educação do Maranhão (CEE-MA).

Essa norma fala da inclusão de apenas até três alunos com deficiência por turma regular, o que é um problema porque limita o acesso de crianças com deficiência à educação.

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Ao contrário do que impõe a resolução, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146/2015) assegura crime punível de negar a inscrição de aluno em escolas públicas e privadas, por causa de sua deficiência. Além disso, o direito dos autistas é assegurado pela própria Constituição Federal.

Para falar sobre essa questão, o Jornal Tambor de terça-feira (07/11) também entrevistou Poliana Gatinho, Sharon Borges e também David Nolêto

Poliana é coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB/MA), mãe atípica e ativista. Sharon é mãe atípica e terapeuta ABA (especializada em tratar pessoas com TEA).

(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa de David Nolêto Poliana Gatinho e Sharon Borges)

David sublinhou que a resolução do CEE-MA é obsoleta e inconstitucional. Ele falou que o caso foi denunciado na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), no Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon).

O pai da criança autista afirmou “vamos entrar com uma ação civil, porque eu e meu filho passamos por uma situação que eu não desejo a nenhuma família”.

Para Sharon, esse caso não é isolado e é retrato da falta de políticas de educação inclusiva. Ela ressaltou que apesar das leis que garantem os direitos das pessoas com deficiência, a discriminação ainda é um obstáculo que precisa ser enfrentado na sociedade.

Poliana reforçou que a inclusão de crianças não envolve somente a integração da criança em diferentes espaços de lazer e socialização, mas também ações governamentais à direitos básicos como a educação.

O outro lado

A Agência Tambor enviou uma mensagem para saber o posicionamento do Colégio Educallis, no entanto ainda não obtivemos resposta. Também foi enviado um email para o Conselho Estadual de Educação do Maranhão (CEE-MA), porém ainda não nos contataram. Tão logo ambos nos respondam atualizaremos esta matéria.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de David Nolêto Poliana Gatinho e Sharon Borges)

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