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Yemanjá – mulher negra retinta!

Foto: Marivânia Moura

No dia 2 de fevereiro é celebrado o dia de Yemanjá, no Brasil. Ela é uma das orixás mais populares do país, rainha das águas e mares.

Para falar sobre quem é Yemanjá, o Jornal Tambor recebeu na sexta-feira (04/02) o Babalawo nigeriano Babatunde Ògúnjìmi, do culto a Ifá e aos orixás do povo Yoruba de Ilê Ife Okeigbo/Ondo (Nigéria) e a Iya Jô Brandão, Iyalorixa de Candomblé, coordenadora do coletivo Dan Eji.

(Veja, no final desse texto, a íntegra do Jornal Tambor, incluindo a entrevista com Babatunde e Jô Bradão)

O Babalawo Babatunde explica que há nomes diferentes e tipos de diferentes da Orixá em outros países. De acordo com ele, devemos tratá-la de modo plural, por conta dessas diferenças.

Um ponto relevante de sua história é que Yemanjá não tem sua figura como uma mulher branca e magra. Suas características se diferenciam desse padrão que ela costuma ser representada no Brasil. “Ela é uma mulher negra retinta, mais velha e de grandes seios”, evidenciou Iya Jô Brandão.

A Iya também pontuou que é importante perceber as representações dos Orixás e é necessário desconstruir a figura que está se fazendo destas divindades oriundas do continente africano. Ela diz que as alterações são colocadas do ponto de vista do colonialismo.

Outro aspecto destacado pelos convidados da Agência Tambor foi sobre o sincretismo religioso, que se faz presente no país.

Um sincretismo que se originou quando pessoas negras foram proibidas de fazer culto aos Orixás e precisaram fazer este movimento para professar a sua fé.

“Essa representação de branca ou preta de Yemanjá foi feita aqui no Brasil por causa da escravidão”, disse o Babalawo Babatunde.

Além disso, segundo Iya, é preciso destacar que dentro da popularização da Orixá no país, as pessoas precisam compreender que a data de 2 de fevereiro é de culto a Yemanjá com todos seus rituais e elementos, e devem ser respeitados.

Ainda que tenha se tornado uma data que atrai turistas, a fé precisa ser respeitada e as pessoas que professam a religião tem de ter o direito ao culto.

(Veja abaixo, em nosso canal no YouTube, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista do Babalawo Babatunde e da Iyalorixa Jô Brandão). 👇🏿👇🏾👇

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