O Maranhão é um estado com altos índices de violência contra os povos originários. Na gestão de Bolsonaro, entre os anos de 2019 e 2022, houve um aumento dos casos. Foram 32 indígenas assassinados, na região.
Quem trouxe essas e outras informações foi Hemerson de Sousa Pereira. Ele é missionário do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão (CIMI-MA), um dos articuladores da Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão e integrante do GEDMMA/UFMA.
O Jornal Tambor de quinta-feira (03/08) entrevistou Hemerson. Ele falou sobre dados alarmantes, divulgados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), no relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, lançado no final de julho.
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(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Hemerson de Sousa Pereira)
As principais causas das violações e ataques contra os povos originários, no Maranhão, são invasões de madeireiros, gente do agronegócio e seus jagunços, além de caçadores e garimpeiros. As empresas do agronegócio atacam fazendo pastagens para gado e plantando soja e outras monoculturas, dentro das Terras Indígenas (TI).
Hemerson disse que a violência contra os indígenas foi naturalizada e intensificada durante o governo de Jair Bolsonaro. Na gestão do ex-presidente, além da subida dos casos, houve o aumento das impunidades.
O missionário declarou que “o Estado brasileiro trabalhou para o aumento da violência contra os povos indígenas no Brasil”.
Ele lembrou que o assassinato de Paulo Paulino Guajajara, ocorrido em 2019, foi o primeiro e único a ir à júri popular. Paulo era Guardião da Floresta da TI Araribóia, que este ano já teve outros indígenas assassinados e tentativa de assassinatos.
O indigenista destacou que no Maranhão a violência está presente em “todos os Territórios Indígenas”.
Hemerson ressaltou que no período Bolsonaro aconteceram desmontes dos órgãos de proteção e assistência aos povos originários, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O sucateamento desses órgãos, facilitou os casos de violências nas Terras Indígenas.
Para o missionário, a volta do governo Lula tornou o cenário favorável para fortalecer a luta pelos direitos constitucionais dos povos originários. No entanto, as demarcações das Terras Indígenas ainda é uma questão que anda a passos lentos no Brasil.
Ele também pontua que o relatório é uma importante ferramenta de denúncia e mobilização. Por meio desse documento pode-se intensificar a luta e a formação política desses povos.
Acesse através do link o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2022 (https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2023/07/relatorio-violencia-povos-indigenas-2022-cimi.pdf )
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Hemerson de Sousa Pereira)