A “Luta pela Terra no Maranhão” é o foco central do simpósio que vai acontecer na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), entre os dias 25 e 28 de novembro de 2024.
O evento propõe uma reflexão coletiva sobre um dos temas mais urgentes e preocupantes do estado: a crescente violência no campo.
Nos últimos anos, no Maranhão, ocorreu um aumento significativo da violência rural, com conflitos agrários que afetam diretamente indígenas, camponeses, quilombolas e movimentos sociais.
“Essa questão da terra é algo preocupante, mas que, na verdade, fortalece toda a resistência camponesa no Maranhão. Esse simpósio demonstra a vitalidade da sociedade civil maranhense. Várias entidades e segmentos estão unidos nessa luta contra ataques de latifundiários e do Estado ligado a esses grupos e organizações reacionárias”, ponderou o advogado popular em defesa dos territórios e comunidades, Jorge Moreno.
O também advogado popular em defesa dos territórios e comunidades, Roniery Rodrigues, lembra que o seminário marca o primeiro ano de criação do Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra (COMSOLUTE), fundado pelo advogado Jorge Moreno e pelo ex-deputado e educador popular Luís Vila Nova, que hoje exerce a presidência do Comitê.
“Relembramos a luta do povo de Buriticupu na década de 80. Essa luta só foi vitoriosa graças à união e empenho de diversos órgãos e segmentos da sociedade civil organizada. Agora, em meio a tanta violência, conflitos e sofrimentos, o Simpósio terá um papel fundamental para a união de esforços para reverter esse triste cenário de violações de direitos humanos e atrocidades contra os povos originários”, destacou Roniery.
Essa violência é comprovada no Relatório “Violência no Campo de 2023”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que constata que conflitos no campo aumentaram drasticamente, resultando em assassinatos, ameaças e despejos forçados.
O relatório constata ainda que o Maranhão é um dos estados com maiores índices de violência agrária no Brasil, com diversos casos letais envolvendo lideranças comunitárias, indígenas e quilombolas.
Diante deste cenário alarmante e preocupante, o Simpósio reunirá militantes da luta pela terra, além de estudantes, professores e diversos setores da sociedade.
A proposta é promover um espaço de diálogo e análise, discutindo tanto o histórico da luta pela terra no Maranhão quanto as formas de enfrentar os desafios atuais.
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O simpósio busca, portanto, não apenas entender as raízes dessa violência, mas também propor soluções concretas que possam ser implementadas na prática, unindo o passado e o presente em uma luta por um futuro mais justo para os trabalhadores do campo maranhense.
Informações e inscrições, acesse aqui.
O Simposio da “Luta pela Terra no Maranhão” foi tema do Jornal Tambor esta semana.
Confira a entrevista.