Segundo levantamento do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo, o Maranhão é o maior exportador de mão de obra escrava do Brasil. De 2003 a 2021, foram 8. 636 maranhenses resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão.
Os dados apontam uma situação grave de migração de pessoas do Maranhão para outros estados, sendo submetidas à exploração.
Além da mão de obra escrava em outros os estados, de acordo com o Ministerio do Trabalho da Justiça e Emprego, a fiscalização têm registrando um aumento de casos de trabalho escravo doméstico nos últimos anos.
E para tratar deste tema em específico, a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae/MA) realizou o Seminário “Trabalho Escravo Doméstico: discussões sobre trabalho análogo à escravidão e gênero”, no dia 26 de janeiro.
Leia também: Lesbocídio! Sociedade exige justiça por Ana Caroline
O evento também ocorreu em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, que é celebrado no dia 28 de janeiro.
A data foi instituída em 2009 em homenagem a três auditores fiscais do Trabalho e ao motorista que foram assassinados durante inspeção para averiguar denúncias de trabalho escravo em Minas Gerais. O episódio ficou conhecido como Chacina de Unaí.
Atividades do seminário
O evento de iniciativa da Coetrae/MA, que é vinculada à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região.
A mesa de debate sobre o tema, contou com a professora e pesquisadora da UFMA, Flávia Moura; a auditora fiscal do Trabalho, Valéria Campos; e a juíza do Trabalho, Liliana Boueres.
Além disso, dentro da programação, houve o lançamento de cursos sobre trabalho escravo para capacitação de agentes públicos e apresentação de trabalhos acadêmicos sobre trabalho escravo doméstico.
O seminário contou com a presença de agentes públicos, organizações da sociedade civil, pesquisadores, estudantes, comunidade acadêmica e o público geral.