O povo quilombola de Alcântara, há quase meio século, luta para garantir a sua sobrevivência e a permanência em seu território.
O quilombola maranhense Danilo Serejo, dessa região de Alcântara, publicou recentemente um artigo no Nexo Jornal, onde fala da vitória dos quilombolas sobre Bolsonaro e das sucessivas derrotas do seu povo.
Para falar sobre o assunto, o Jornal Tambor da quarta-feira (18/01) entrevistou Danilo Serejo, cientista político e pesquisador.
(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com Danilo Serejo)
Danilo explicou que apesar da Constituição Federal reconhecer as comunidades quilombolas como patrimônio material e imaterial da cultura negra brasileira, garantir os direitos de cidadania e da terra, as comunidades quilombolas foram historicamente abandonadas pelo estado.
“Somos aproximadamente seis mil territórios em todo o país e nós não temos nem 200 desses territórios titulados.
No caso de Alcântara, nós atravessamos a ditadura, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, sem que nenhum desses governos quizessem resolver a situação de Alcântara”, pontuou o pesquisador.
Para o pesquisador, o racismo é um dos principais fatores que vem impedindo a resolução do impasse na titulação das terras quilombolas. “Nós temos um processo juridicamente perfeito. Não existe impedimento jurídico para titular o quilombo de Alcântara”, frisou Danilo.
Em relação às suas perspectivas sobre o novo governo, Danilo disse que espera que Lula cumpra a promessa constitucional em titular a região e que é necessário coragem política.
O artigo “Os quilombolas venceram Bolsonaro, apesar de derrotas” de autoria de Danilo pode ser visualizado no link:
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Danilo Serejo) 👇🏾👇🏿👇🏽