Skip to main content

Quilombo Cancela poderá colher o que plantou! Mas só a terra resolverá o problema da fome

Foto: Reprodução

Justiça do Maranhão autorizou os moradores do Quilombo Cancela a colher o que plantaram no território que reivindicam como pertencente à comunidade.

A decisão foi tomada no dia 19 de setembro, um dia após os quilombolas interditarem a MA-224, na quarta-feira (18/04), por mais de doze horas.

A decisão diz que a colheita terá que ser feita em dez dias, sob a supervisão da Secretaria de Direitos Humanos do Estado.

Embora seja uma vitória, este avanço é considerado insuficiente. Os quilombolas de Cancela exigem o direito ao território, ao trabalho, a plantar, colher, comer e viver com dignidade.

Fome e protesto

Os moradores do Quilombo Cancela interditaram a MA-224 no dia 18 de setembro para exigir seu direito ao trabalho e ao cultivo de suas terras.

Os quilombolas haviam sido proibidos, por uma liminar da Justiça do Maranhão, de entrar em seu território e cultivar suas roças, ou seja, plantar e colher os produtos que garantem seu sustento.

A situação é grave. Uma mãe do quilombo relatou a relação com as crianças da comunidade: “Elas pedem um pirão de farinha e eu nós não temos. Estamos comprando arroz caro. As autoridades precisam nos olhar e resolver essa situação”, cobrou.

Crimes ambientais

Além da proibição de acesso às suas terras e plantações, a situação se agrava com o desmatamento da área. Na chamada “cabeça do brejo”, os moradores já denunciaram crime ambiental.

O último desmatamento ocorreu no dia 7 de setembro, quando foram derrubadas árvores de espécies como pau-d’arco, pau-roxo, mirindiba e candeia, em um território onde vivem comunidades centenárias do quilombo.

“Isso não pode continuar. Temos esperança de ter direito à nossa terra. Mas, quando isso acontecer, vamos ter direito a quê?”, questiona uma liderança quilombola.

Leia também: Aurizona! Nova denúncia de violência contra a comunidade

Na localidade, os quilombolas cultivam mandioca, melancia, quiabo, maxixe, feijão, abóbora e outros produtos, além de coletarem coco babaçu, uma fonte fundamental de renda.

“Nós estamos aqui há mais de 120 anos. Aqui já morreu gente com 105 anos. Isso não pode continuar assim”, afirma outra liderança.

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x

Acesso Rápido

Mais buscados