Ana Caroline Sousa Campêlo, de apenas 21 anos, foi assassinada em 10 de dezembro de 2023, no município maranhense de Maranhãozinho.
Há suspeita de crime de ódio, por ela ser uma mulher lésbica. De acordo com a Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Ana Caroline foi sequestrada quando saía do trabalho. Seu corpo foi encontrado com sinais de tortura e mutilações brutais que chocaram o Brasil.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor de quarta-feira(10/01) entrevistou Dayana Gusmão.
Ela é fundadora da Coletiva Resistência Lésbica da Maré, no Rio de Janeiro; integra o Ocupa Sapatão e a Coordenação da Casa Resistências no Complexo da Maré, na mesma cidade.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor com a entrevista completa de Dayana Gusmão)
Um mês após a este crime perverso o caso permanece impune e sem respostas. A família da jovem e movimentos LGBTQIAPN+, de todo o Brasil, pedem a resolução do caso e ações efetivas do Estado no combate a toda forma de violência contra a população LGBT+.
O caso gerou indignação, mobilizações e twittaço (na rede social Twitter) com a hashtag #justiçaporcarolna quarta-feira (10/01). Pedindo justiça por Ana Caroline e contra o lesbocídio e a lesbofobia.
Em São Luís, o ato aconteceu em frente ao Palácio dos Leões e mobilizou representantes de movimentos sociais e sociedade civil.
Segundo a fundadora da Coletiva Resistência Lésbica da Maré, o Brasil é reconhecido mundialmente como um dos lugares mais inseguros do mundo para uma pessoa LGBTQIA+ viver. Para ela esse crime é reflexo de uma sociedade patriarcal, racista, misógina e lesbofóbica.
Dayana falou que “a lesbofobia é estrutural. Negar que existe esse problema faz com que a gente não discuta ele e consequentemente promovermos um apagamento maior”.
Ela destacou ainda que “esse apagamento é a principal ferramenta para que os crimes contra os corpos de mulheres lésbicas fiquem impunes”.
Para Dayana, casos como o de Ana Caroline também permanecem impunes pela falta de leis no Brasil para tipificar como crime a lesbofobia. Isso dificulta a criação de ações ou políticas públicas voltadas para essas pessoas.
A militante disse que o caso também está sendo denunciado na Organização Nacional da Saúde (ONU); no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania; Ministério da Justiça e Segurança Pública para cobrar das autoridades respostas sobre o crime.
Como denunciar
Os canais para realizar denúncias de crimes contra a população LGBT+ são os plantões centrais da Polícia Militar, a Ouvidoria de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Juventude e o Disque 100. Além da Delegacia de Crimes de Intolerância.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor com a entrevista completa de Dayana Gusmão)