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Matões! CPT denuncia clima de terror em território quilombola

Casa destruída na comunidade Tanque da Rodagem/São João, na zona rural do município de Matões. Foto: Felipe Duran /Repórter Brasil

O quilombola José Orlando Pereira dos Santos e o advogado e assessor jurídico da Comissão Pastoral da Terra, no Maranhão, Rafael Silva, fizeram hoje (05/12), no Jornal Tambor, graves denúncias de violência e arbitrariedades que teriam sido praticadas pelo empresário paranaense Eliberto Stein contra a Comunidade Quilombola de Tanque de Rodagem/São João, no município de Matões, no interior do Maranhão.

(Veja abaixo o Jornal Tambor, com as entrevistas de José Orlando e Rafael)

Segundo os relatos, na sexta-feira (02/12) Stein teria invadido a casa de Dona Divina, uma senhora de 68 anos de idade, ameaçando e afirmando que ela teria que sair do local por bem ou por mal. “Estamos vivendo um clima de terror. Ele ameaçou a senhora com a mão simulando uma arma de fogo. Quando vamos para a roça ficamos preocupadas com as crianças que ficam em casa. A nossa família também fica preocupada com o que pode com a gente”, narrou José Orlando Pereira dos Santos.

O advogado Rafael Silva relatou que desde o segundo semestre do ano passado a violência contra a comunidade só aumenta. “Homens armados fazem ameaças, trator já foi colocado na área para devastar e destruir as roças. Jagunços chegaram inclusive a impedir o trabalho da Unilab e das Universidades Federais do Maranhão e do Piauí no levantamento antropológico da área, peça fundamental para a titulação da terra pelo Incra”, enfatizou.

Rafael Silva disse ainda que a situação é muito grave, inclusive, algumas pessoas já foram colocadas no Programa de Proteção à Testemunhas. Ele defendeu a inclusão de Dona Divina também no programa. “Uma simples moradora que reside em uma casa de taipa foi covardemente ameaçada. Vamos responsabilizá-lo também criminalmente”.

Por fim, Rafael Silva refletiu que essa violência no campo contra quilombolas, povos originários e outros é reflexo da omissão do Estado brasileiro que não cumpre o seu dever e uma imposição constitucional de defesa da vida. “Desde o ano de 2013 o processo de titulação se arrasta no Incra, no Maranhão, sem nenhuma solução para a comunidade. Dos 418 processos de regularização fundiária que tramitam no Incra, no Maranhão, apenas três foram concluídos”, contabilizou Rafael Silva.

Veja abaixo o Jornal Tambor, com as entrevistas de José Orlando e Rafael Silva
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