Segundo a Casa da Mulher Brasileira, no Maranhão já foram registrados este ano 40 feminicídios. Por conta deste elevado número de assassinatos de mulheres no estado, especialmente mulheres negras, o podcast Justiça Racial: Temas Inadiáveis lançou o episódio “Violência contra a mulher e seu recorte racial”.
Seu objetivo foi levar informações às pessoas e discutir sobre várias questões étnico-raciais, em relação ao combate a violência contra mulheres negras, focando nos dados levantados.
O roteiro foi escrito em coautoria com a advogada Caroline Caetano.
O episódio está disponível aqui:
https://open.spotify.com/episode/3Q01Up1Qsly3nJCfLyVFf5
Em entrevista ao Jornal Tambor desta segunda-feira (26/08) Caroline falou sobre esse assunto.
Além de advogada, ela é presidenta da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da OAB Maranhão.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Caroline)
Segundo a jurista, para fortalecer a luta pelo combate à violência contra mulheres negras e ao racismo é preciso que a justiça racial prevaleça principalmente nos espaços de poder.
Caroline disse que o embranquecimento do judiciário brasileiro prejudica o combate ao racismo. De acordo com o Diagnóstico Étnico Racial do Poder Judiciário, elaborado pelo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apenas 1,7% de juizas e juizes são negros. Pessoas brancas seguem sendo maioria com 83,8%.
A entrevistada pontuou que o racismo é algo histórico, estrutural e sistêmico em nossa sociedade. Os desafios de promover a justiça racial para combater esse problema são muitos. Um deles passa pela promoção da equidade racial na justiça.
A advogada falou que a ausência de representatividade nos espaços de poder é reflexo de uma sociedade marcada por um sistema colonial e racista.
O podcast Justiça Racial está disponível no Spotify e além deste episódio sobre a violência contra mulher negra, ele aborda diversos temas. Caroline Caetano enfatizou que será um trabalho recorrente com a finalidade de conscientizar a população.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Caroline)