Na sexta-feira (04/08), no município de Carutapera (MA), foi realizado um protesto contra a violência e ameaças sofridas pelas comunidades tradicionais da região do Gurupi.
A manifestação foi realizada pelo Movimento das União das Comunidades em Luta (UCL), reunindo pessoas dos municípios de Boa Vista do Gurupi, Junco do Maranhão e Carutapera. Todos moradores de comunidades em situação de conflito.
A Agência Tambor foi informada que, logo após a manifestação, teriam avido ameaças contra as comunidades, inclusive com homens armados.
A questão atinge cerca de 350 famílias. Elas vivem espalhadas em torno de 40 comunidades na região, entre elas Vilela, Murujá, Ouricuri, Pimenta, Glória e Manaus da Beira.
Para falar sobre este assunto, o Jornal Tambor de terça-feira (08/08), entrevistou Benedita, a presidenta do Movimento União das Comunidades em Luta (UCL) e o advogado Roniery, assessor jurídico do movimento.
(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Benedita e Roniery )
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O advogado disse que a principal causa dessa violência é a grilagem de terras, presente nesses municípios. Ele ressaltou que cinco pessoas já foram assassinadas na região do Gurupi, por conta desses conflitos. Isso teria sido de 2018 para cá!
Roniery afirmou que hoje essas pessoas, que são vítimas da grilagem de terra, são prejudicadas em vários sentidos e estão “buscando os meios de regularizar as suas terras”.
Benedita falou que o protesto foi uma resposta ao descaso e violência que tem ocorrido em Gurupi. Isso desde 2009, quando um empresário teria tomado a posse das terras e ameaçado as famílias de morte.
Segundo a presidenta da UCL, até hoje segue a situação de conflito. E as terras “ainda não foram tituladas e a tensão continua”.
Benedita afirmou que uma das reivindicações do protesto foi as titulações. No entanto, ela diz que logo após a manifestação houve ameaças contra as comunidades, intimidadas por homens armados.
Benedita disse que “é uma situação que não é de hoje. E nada acontece. Foi por isso que a gente se uniu e criamos o movimento”.
De acordo com Roniery, com a criação do movimento, em 2022, as famílias podem fortalecer suas lutas e intensificar a cobrança de ações urgentes de órgãos.
Eles estão cobrando atuações do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O assessor jurídico informou que entre setembro e outubro haverá uma audiência pública com as comunidades e os órgãos públicos estaduais e federais. O objetivo será de avançar o processo da regularização fundiária dessas famílias.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa do morador de Benedita
e Roniery)