O conflito fundiário existe e está judicializado. Haviam ameaças! De um lado o latifúndio, do outro a agricultura familiar. E hoje (29/04) veio a tragédia! Mais um trabalhador rural é assinado no Maranhão! Trata-se de Edvaldo Pereira Rocha, liderança do Quilombo Jacarezinho, no município de São João do Soter.
Ele foi executado por dois pistoleiros, que lhe deram oito tiros. É o sétimo quilombola morto em dois anos.
O homem chamado Jhony Maicon Lenz, de origem paranaense, moveu uma ação onde foi notificada a entidade presidida por Edvaldo Pereira Rocha, o quilombola hoje assassinado.
A entidade que era dirigida pela vítima é a Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Agricultura Familiar do Povoado Jacarezinho, Bacuri e Primeiro Brejo do Município de São João do Soter (MA).
A Agropecuária Estrela Verde também moveu uma ação diretamente contra Edvaldo Pereira Rocha. Uma ação também tratando da posse da terra. A empresa é de Teresina e tem como sua principal atividade empresarial o cultivo do eucalipto, além de criação de gado para corte.
A vítima também havia feito um Boletim de Ocorrência, no dia 12 deste mês, contra um certo Valdecir. O BO fala de ameaças por conta das terras.
Por outro lado, Ministério Público Federal (MPF) moveu ação em favor dos quilombolas de São João do Soter, para que o INCRA conclua o chamado Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTDI), além de todo o processo de identificação, reconhecimento, delimitação das terras ocupadas pela comunidade.
O MPF também pretende que o ITERMA conclua a regularização fundiária desse mesmo território quilombola. A comunidade é certificada pela Fundação Palmares.
Nos últimos tempos diferentes organizações sociais tem se mobilizado, vindo a público, para denunciar o crescimento da violência no Maranhão, em consequência de conflitos fundiários.
A morte de Edvaldo Pereira Rocha é mais um crime anunciado. E agora? Ele será só mais um número de terríveis estatísticas. Quem matou? Quem dá licença para matar? Quem banca a impunidade?
O advogado Diogo Cabral, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (FETAEMA), disse há poucos dias, em uma rede social, que no Maranhão milícias estão atuando no meio rural, intimidando famílias e expulsando-as de suas terras.
Fonte: FETAEMA